Pela primeira vez, em 2025, o Inquérito à Utilização de Tecnologias da Informação e da Comunicação pelas Famílias do Instituto Nacional de Estatística (INE) centrou-se também em conhecer mais sobre os hábitos da população no que respeita à utilização de ferramentas de IA.

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Segundo os dados avançados, 38,7% da população com idades entre os 16 e os 74 usou ferramentas de IA nos três meses anteriores ao inquérito para obter respostas ou criar texto, imagens, código de programação ou vídeo.

O INE indica que 33,2% das pessoas usaram a tecnologia para fins pessoais, com 19,9% a recorrerem à IA para tarefas relacionadas com trabalho e 14,5% para atividades ligadas à educação. Olhando para a faixa etária entre os 16 e os 24, a proporção de utilizadores de IA quase duplica, passando para 76,5%, ainda mais no caso dos estudantes, onde sobe para 81,5%.

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De acordo com o INE, a utilização também é significativamente superior à referência nacional nos escalões etários até aos 44 anos (62,6% para o grupo dos 25 aos 34 anos e de 52,3% para o dos 35 aos 44 anos) e na população empregada até aos 74 anos (43,3%),

Em destaque estão ainda as pessoas que concluíram o ensino superior (63,4%) e secundário (44,9%), assim como as que pertencem a agregados familiares com rendimentos mais elevados (45,3% no 4.º quintil e 55,4% no 5.º quintil). A proporção de homens que usam ferramentas de IA é ligeiramente superior à de mulheres que recorrem à tecnologia (39,8% versus 37,7%).

As regiões da Grande Lisboa (48,4%), da Península de Setúbal (45,9%) e Algarve (39,7%) afirmam-se como aquelas com maiores proporções de utilização de IA entre as pessoas dos 16 aos 17 anos. Por contraste, o Alentejo é a região com a proporção mais baixa (28,3%).

68,9% das pessoas que não recorrem a ferramentas de IA apontam para o facto de não terem necessidade de as utilizar. Já 15,3% mencionam a falta de conhecimentos necessários para usar as ferramentas e 8,3% realçam preocupações com privacidade e segurança. Apenas 4,5% indicam que não as usam por desconhecimento.

Quase 90% da população em Portugal usa a Internet

Os resultados do mostram também que 89,5% dos inquiridos dos 16 aos 74 anos utilizaram a Internet nos 3 meses anteriores ao inquérito, principalmente para comunicar e aceder a informação. Deste conjunto, 49,6% fizeram encomendas online, sobretudo de roupa, calçado e acessórios de moda (75,9%).

O relatório dá conta de um aumento na proporção de pessoas que encontraram conteúdos agressivos, discriminatórios ou humilhantes online, passando de 35,5% em 2023 para 45,2% em 2025.

Nos 12 meses anteriores ao inquérito, 74,2% das pessoas acederam a websites ou aplicações de organismos públicos, maioritariamente para para consultar informação pessoal (52,7%).

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O INE nota que, em 2024, a proporção de pessoas em Portugal que contactaram com organismos públicos posicionava-se 5,9 pontos percentuais acima da média da UE-27 (70,0%).

38,9% da população utilizou o Cartão de Cidadão ou a Chave Móvel Digital como meios de autenticação para aceder a serviços online nos 12 meses anteriores ao inquérito, numa subida de 8,5 pontos percentuais face a 2023.

Os dados indicam que 59,2% das pessoas com 16 a 74 anos têm competências digitais ao nível básico ou acima do básico, sobretudo no caso da população dos 16 aos 24 anos (83,4%) e entre as pessoas que completaram níveis de ensino superior (88,4%).

No que respeita ao acesso à Tecnologias da Informação e da Comunicação em casa, o inquérito indica que 90,9% dos agregados familiares contam com Internet nos seus lares, sendo usadas principalmente tecnologias fixas (85,0%).

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