Zero-G Portugal: 31 jovens portugueses já partiram em voo para ganharem asas de astronauta por um dia

Nem todos temos a possibilidade de sermos astronautas, mas, hoje, o grupo de finalistas da iniciativa Zero-G Portugal – Astronauta por um Dia, organizada pela Agência Espacial Portuguesa (Portugal Space), chega um pouco mais perto dessa realidade. Os 31 jovens, 30 selecionados e mais um suplente, com idades entre os 14 e os 17 anos, acabam de partir no primeiro voo parabólico realizado em Portugal, onde terão a oportunidade de experienciarem a sensação de gravidade zero.

Os jovens partiram da Base Aérea nº. 11 da Força Aérea Portuguesa, em Beja, seguindo a bordo de um Airbus A310 operado pela Novespace, subsidiária da Agência Espacial Francesa (CNES).

O entusiasmo antes da partida era palpável e os jovens, já devidamente equipados, ouviam atentamente o último briefing preparado pelos instrutores de voo. As famílias dos 31 finalistas também marcaram presença para acompanhar este momento de grande emoção.

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Apesar do estado do tempo que se fez sentir esta manhã, que à primeira vista poderia impactar o arranque, a partida acabou por correr em linha com os planos da organização e, depois de um compasso de espera, o Airbus A310 da Novespace levantou voo.

Ainda antes de se tornarem astronautas por um dia, os jovens passaram por um processo de preparação, incluindo um detalhado briefing no dia anterior ao voo, que o SAPO TEK também teve a oportunidade de acompanhar.

O momento revestiu-se de especial importância, servindo como uma “ponte” entre especialistas da Agência Espacial Europeia (ESA), CNES e NovaSpace, que guiaram os finalistas por todos os procedimentos que deviam ter em conta antes, durante e depois do voo.

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Os finalistas da iniciativa foram divididos em quatro equipas, cada uma com o nome de um planeta específico e acompanhada por um instrutor de voo, experimentando pela primeira vez os fatos que iam levar no voo.

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No voo, os jovens serão acompanhados por uma tripulação composta por quatro pilotos, cada um com funções específicas a cumprir, e por uma equipa de 16 pessoas, entre coordenadores de voo, instrutores, especialistas de segurança, um médico e um chefe de cabine, além de membros responsáveis por captar toda a experiência em fotografias e vídeos.

A bordo do Airbus A310 operado pela Novespace vão ainda Jean-François Clervoy, ex-astronauta e presidente da Novespace, e Matthias Maurer, astronauta da ESA, que esteve 175 dias na Estação Espacial Internacional e que, ontem, deu a conhecer aos jovens mais detalhes sobre a sua experiência no Espaço.

Como é que tudo se processa num voo parabólico?

Durante o briefing, especialistas da CNES e NoveSpace explicaram que, para simular a ausência de gravidade, o avião onde seguiram os jovens executa uma série de manobras de ascensão e queda.

Durante este processo, existem ciclos de 20-22 segundos onde os passageiros e tripulação têm a oportunidade de sentirem como é estar em gravidade zero. Como detalha Jean-François Clervoy, este momento afirma-se como a última de três sensações de gravidade que é possível sentir num voo parabólico.

Numa primeira fase, passageiros e tripulação sentem os efeitos da gravidade como se estivessem em Marte e, numa segunda, como se estivessem na Lua. Ao todo, no voo com uma duração de duas horas, os jovens têm a oportunidade de experienciarem entre cinco a seis minutos de gravidade zero.

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Os voos parabólicos exigem regras específicas para evitar acidentes no espaço interior de 100 metros quadrados onde os jovens vão ganhar as suas “asas” de astronauta e onde as equipas são divididas por zonas das quais não devem sair.

De acordo com Sebastien Rouquette, instrutor de voos parabólicos da CNES, há muitas atividades que podem ser realizadas durante a fase parabólica do voo, no entanto, movimentos bruscos, abanar as pernas e braços e sair das zonas previamente estabelecidas são práticas desaconselhadas.

Recorde-se que, ao todo, a Portugal Space recebeu 460 candidaturas de jovens com idades entre os 14 e os 17 anos. O processo de seleção que incluiu várias fases que reproduziram o processo “real”, com testes de perceção e interpretação do Espaço. Os finalistas foram escolhidos de um grupo de 60 candidatos que passaram nas duas últimas fases de seleção.

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A iniciativa Zero-G Portugal - Astronauta por um Dia contou com a colaboração da Ciência Viva, assim como com o apoio da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto (FPCEUP), da Força Aérea Portuguesa e da Faculdade de Motricidade Humana da Universidade de Lisboa (FMH).