Os astrónomos continuam a observar os efeitos da missão DART, executada em setembro de 2022, que serviu de teste de defesas planetária. O objetivo, bem-sucedido, foi testar a capacidade de alterar a rota de um asteroide no espaço. O telescópio espacial Hubble captou um conjunto de rochas a separar-se do Dimorphos, o asteroide escolhido pela missão DART para desviar a sua órbita de um outro asteroide maior, o Didymos.
Os cientistas referem que estas rochas foram sacudidas do asteroide durante a explosão criada pelo detonador. Foram contadas 37 rochas que foram ejetadas, com tamanhos que variam entre 1 a 6,7 metros, segundo os dados fotométricos do Hubble. As rochas estão a separar-se do asteroide a cerca de 1 quilómetro por hora. E as estas correspondem a cerca de 0,1% da massa do Dimorphos. A ESA refere que estas rochas são os objetos mais frágeis que alguma vez foram captados em imagens no Sistema Solar, graças à sensibilidade dos instrumentos do Hubble.
Veja na galeria as imagens das rochas a separarem-se do Dimorphos:
Estes dados abrem novas dimensões para o estudo dos efeitos do DART através da próxima missão da ESA, a Hera que será lançada em 2024. Esta missão vai sondar ao detalhe os efeitos gerados pelo impacto no Dimorphos, de forma a recolher dados que possam ser utilizados em futuras técnicas de testes de defesa planetária, em preparação para a eventualidade de um dia ser necessário utilizar num cenário real.
Numa nota adicional, a ESA diz que é provável que estas rochas não se tenham separado do asteroide devido ao impacto da explosão. Estas já deviam estar espalhadas pela superfície do rochedo, segundo a análise de uma fotografia de pormenor captada a apenas dois segundos antes da colisão, a 11 quilómetros de distância. A equipa estima que o impacto abanou 2% destas rochas da sua superfície.
A ESA refere que o Dimorphos pode ter sido formado a partir de material projetado ao espaço pelo asteroide maior Didymos, que pode ter perdido fragmentos em colisão com outros objetos, teorizam os investigadores. O material ejetado formou um anel que foi dando forma ao Dimorphos. E isso tornou-o numa pilha de rochas juntas de forma ténue pela sua gravidade. Os investigadores olham para esta estrutura como uma espécie de cacho de uvas, provavelmente sem uma estrutura sólida no interior, mas com as rochas ligadas entre si.
Só não há certeza como é que as rochas foram levantadas da superfície do asteroide. Uma das teorias é uma onda sísmica causada pelo impacto da detonação. Mas as observações podem dar mais esclarecimentos no futuro.
Veja na galeria a partida da missão DART:
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