A sonda Chang’e 5 “pousou com sucesso” no local designado, por volta das 23h00 de terça-feira na China (15h00, em Lisboa), segundo o organismo estatal. A mesmo fonte publicou imagens do terreno árido no local de alunagem, onde a sombra da sonda pode ser vista.
O módulo foi lançado em 24 de novembro, a partir da ilha tropical de Hainan, no extremo sul do país.
Trata-se do mais recente empreendimento do programa espacial chinês, que enviou o seu primeiro astronauta ao espaço em 2003 e que tem uma nave a caminho de Marte. O programa visa, eventualmente, colocar um humano na Lua.
Os planos preveem que a sonda precisará de cerca de dois dias para perfurar a superfície lunar e recolher dois quilos de rochas e detritos. A amostra será colocada em órbita e transferida para uma cápsula que vai regressar à Terra, pousando nas pastagens da região da Mongólia Interior em meados deste mês.
Caso tenha sucesso, será a primeira vez que cientistas obtêm novas amostras de rochas lunares desde que uma sonda soviética aterrou na Lua, na década de 1970.
Espera-se que as amostras sejam disponibilizadas a cientistas de outros países, embora não seja claro quanto acesso a agência norte-americana NASA terá, face às rígidas restrições impostas pelo Governo dos Estados Unidos na cooperação espacial com a China.
A partir das rochas e destroços, os cientistas esperam aprender mais sobre a Lua, incluindo a sua idade precisa, bem como aumentar o conhecimento sobre outros corpos celestes do nosso sistema solar.
A recolha de amostras, inclusive de asteroides, é um foco crescente de muitos programas espaciais e o domínio da tecnologia pela China mais uma vez coloca o país entre as nações líderes em operações no espaço.
Entre 1969 e 1972, o programa espacial norte-americano recolheu 382 quilos de material lunar. Parte ainda está a ser analisada.
A Chang’e 5 é a terceira sonda que pousa com sucesso na Lua. A predecessora, Chang’e 4, foi a primeira sonda a pousar no lado da Lua não visível a partir da Terra.
Funcionários do programa espacial chinês disseram que preveem futuras missões tripuladas, incluindo, possivelmente, a construção de algum tipo de base espacial permanente para conduzir pesquisas. Nenhum cronograma ou outros detalhes foram anunciados.
A última missão inclui colaboração com a Agência Espacial Europeia, que está a ajudar a monitorizar a missão.
O programa espacial da China avançou com mais cautela do que a corrida espacial EUA – União Soviética, da década de 1960, que foi marcada por fatalidades e falhas de lançamento.
Em 2003, a China tornou-se o terceiro país a enviar um astronauta para o espaço, depois da União Soviética e dos Estados Unidos.
A China, junto com o Japão e Índia, também se juntou à corrida para explorar Marte. A sonda Tianwen 1, lançada em julho, está a caminho do planeta vermelho carregando uma sonda e um ‘rover’ (veículo explorador), que vão procurar vestígios de água.
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