A Europa vai montar uma infraestrutura tecnológica facilitadora da investigação e troca de informação clínica, para melhorar os esforços da região no combate ao cancro. A iniciativa chama-se Iniciativa Europeia de Imagiologia do Cancro e pretende apoiar prestadores de cuidados de saúde, institutos de investigação e inovadores a tirarem o melhor partido dos dados que forem gerados sobre o tema, no tratamento e cuidados do cancro.
A infraestrutura será desenhada em colaboração por diferentes interlocutores, desde centros de investigação a empresas e pretende reunir dados de imagem, criando novas bases de dados e tornando interoperáveis as que já existem. Vai também suportar o teste e desenvolvimento de ferramentas que acelerem o diagnóstico e tratamento personalizado do cancro, numa plataforma que estará totalmente operacional em 2026.
“Será uma infra-estrutura transfronteiriça, interoperável e segura que preservará a privacidade e acelerará a inovação na investigação médica”, defende a Comissão Europeia. Através desta infraestrutura digital pretende-se ligar recursos e bases de dados de dados de imagiologia do cancro em toda a UE, protegida por “elevados padrões éticos, confiança, segurança e protecção de dados pessoais”, acrescenta ainda a nota que divulga o projeto.
O objetivo é que redes hospitalares, repositórios de investigação com dados de imagiologia e outros dados de saúde relevantes passem a estar ligados e disponíveis, para facilitar o acesso a informação que possa contribuir para decisões clínicas, diagnóstico ou medidas preventivas, mas também para fomentar a inovação.
Será, por exemplo, mais fácil criar novas soluções ou ferramentas que apliquem inteligência artificial a um grande conjunto de dados, para acelerar diagnósticos e identificar formas de melhorar cuidados personalizados, em linha com as diretrizes do Regulamento Geral de Protecção de Dados.
Pretende-se ainda que, a mesma rede, possa fornecer de forma segura e assegurando princípios éticos no tratamento desses mesmos dados, informação para quem trabalha em inovação e no desenvolvimento de novas soluções, ou acolher dados partilhados voluntariamente por cidadãos que queiram contribuir para o projeto.
A medida integra-se no Plano Europeu de Combate ao Cancro, que está a criar um quadro de referência para facilitar e orientar o acesso a dados importantes nesta área por médicos, investigadores e inovadores. Até final do ano espera-se que a infraestrutura digital esteja concluída e os mecanismos de colaboração estejam estabelecidos. A primeira versão da plataforma ficará disponível no final de 2024 e a versão final deverá estar pronta um ano depois.
Já com a apresentação da iniciativa foram dados a conhecer dois projetos, o EUCAIM e o AI Testing and Experimentation Facility for Health (TEF-Health), que vão ser fundamentais para a operacionalização da nova plataforma federada.
O EUCAIM, financiado pelo programa Europa Digital, conta com uma verba de 18 milhões de euros para ajudar a implementar a nova infraestrutura europeia. Vai tirar partido do trabalho já realizado no âmbito da AI for Health Imaging Network, uma rede que agrega cinco projetos europeus de I&D. Por esta via pretende-se colocar na nova infraestrutura dados de mais de 100.000 casos de cancro até 2025 e, pelo menos, 60 milhões de imagens de cancro anotadas num Atlas distribuído de imagens de cancro. O projeto arranca com 21 parceiros clínicos de 12 países e visa ter pelo menos 30 fornecedores de dados, de 15 países.
Estes dados de imagem ficarão entretanto disponíveis através da plataforma TEF-Health, para que pequenas e médias empresas que tenham desenvolvido soluções de inteligência artificial para o tratamento do cancro possam testá-las em ambientes reais.
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