
Há mais de duas décadas que a missão Mars Express tem registado a superfície do Planeta Vermelho em grande detalhe. Recentemente, a Agência Espacial Europeia (ESA) centrou as suas atenções em Acheron Fossa, uma região é composta por um vasto sistema de fendas profundas, marcadas por blocos de terreno elevado e por zonas de menor relevo geológico.
Acredita-se que a sua formação remonta há mais de 3,7 mil milhões de anos, numa altura em que o planeta era mais geologicamente ativo. O padrão com diferentes blocos de terreno foi formado à medida que material quente, vindo do interior do planeta, subiu até à superfície, criando fendas e vales com vários quilómetros de profundidade.
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Com o passar do tempo, os vales continuaram a transformar-se e, como é possível ver na imagem captada pela Mars Express, o seu fundo é marcado por linhas que até fazem lembrar o percurso de um rio. Mas, em vez de água, os vales foram preenchidos por um fluxo lento e viscoso de rocha rica em gelo, semelhante aos glaciares rochosos que podem ser encontrados na Terra.
Segundo a ESA, os glaciares rochosos são sensíveis a mudanças no clima, funcionando como bons indicadores das alterações que surgiram ao longo do tempo. Neste caso, indicam que a região de Acheron Fossae passou por períodos frios e quentes, alternando entre congelamento e descongelamento.
As flutuações na temperatura são causadas pela inclinação do eixo de rotação do planeta. Ao contrário do que sucede na Terra, a inclinação do Planeta Vermelho varia drasticamente ao longo do tempo, causando ciclos alternados de calor e eras glaciais.
Na imagem captada pela Mars Express também é possível observar resquícios do que outrora foi uma camada contínua de rocha. Com o passar do tempo, e com o desgaste da zona, permaneceram apenas colinas arredondadas e planaltos, intercalados por canais estreitos.
A Mars Express não é a única a captar a variedade de fenómenos geológicos no Planeta Vermelho. Recentemente, a NASA partilhou uma nova imagem registada pelo rover Perseverance que revela várias formações rochosas sobre um pano de fundo onde se destaca o céu marciano.
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A imagem panorâmica é composta por 96 fotografias captadas num local a que a equipa responsável pelo rover chama Falbreen. As fotografias foram registadas pelo instrumento Mastcam-Z do rover a 26 de maio, no 1.516º dia marciano (ou sol) da missão, indica a NASA.
Um dos detalhes que captou a atenção dos cientistas é uma rocha de grandes dimensões que parece estar pousada sobre uma ondulação na areia marciana. Descrita como uma “rocha flutuante”, acredita-se que se terá formado noutro local, tendo chegado à sua localização atual por meio de um deslizamento ou sendo transportada por água ou vento.
Na imagem também é possível encontrar uma rocha onde o Perseverance recolheu a sua 43.ª amostra, assim como uma zona que divide duas unidades geológicas com características diferentes.
Recorde-se que, desde que chegou a Marte, o rover tem recolhido várias amostras para ajudar os investigadores a compreender se houve, ou não, vida em Marte. No entanto, a missão tem enfrentado alguns desafios, com o programa de regresso das amostras recolhidas a ser colocado em pausa devido aos custos elevados.
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