A empresa aerospacial portuguesa Neuraspace anunciou a instalação e ativação do seu segundo telescópio ótico no hemisfério sul, localizado no Chile. Em conjunto com o telescópio instalado pela Neuraspace na base aérea de Beja (BA11), os dois aparelhos permitirão o rastreamento de objetos até 10 cm de diâmetro sobre os hemisférios norte e sul.

Entre os mais avançados no mundo para a aquisição de dados astrométricos e fotométricos em LEO, os telescópios permitem a geração de produtos orbitais com erros posicionais em conformidade com os ESA Space Debris Mitigation Requirements (2023), que recomendam incertezas inferiores a 100 metros no  espaço de uma revolução orbital, explica a empresa em comunicado.

Em operação desde setembro, o telescópio na BA11- Beja já produziu mais de 300.000 medidas de objetos espaciais em órbitas desde LEO até GEO, sublinha a Neuraspace.

Clique nas imagens da galeria para mais detalhes

O novo telescópio instalado no Chile será ainda mais produtivo devido ao elevado número de noites de céu limpo esperadas por ano (cerca de 320) e à reconhecida qualidade dos céus na região, onde se encontram alguns dos mais importantes e maiores telescópios do mundo.

Telescópio ótico em Portugal vai ajudar a prevenir colisões entre satélites e lixo espacial
Telescópio ótico em Portugal vai ajudar a prevenir colisões entre satélites e lixo espacial
Ver artigo

A sua inclusão permite também aumentar a cobertura, colmatando limitações sazonais na persistência do rastreamento de órbitas baixas ao longo do ano.

Financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e englobado num esforço total previsto de 25 milhões de euros, o objetivo deste investimento passa por melhorar a segurança e a sustentabilidade do espaço aéreo, prestando serviços complementares a todas as empresas que operam no espaço.

“Com estes investimentos a Plataforma de Gestão de Tráfego Espacial da Neuraspace, usado por operadoras de satélites, e sustentado por Inteligência Artificial e Machine Learning, fica ainda mais completa para realizar operações espaciais seguras e evitar colisões com detritos espaciais e outros satélites”, refere-se em comunicado.

Três anos depois de ter sido lançada, a portuguesa Neuraspace já monitoriza 400 satélites.