Os dados recolhidos por satélites de observação terreste têm ajudado os cientistas a perceber o impacto das atividades humanas no nosso planeta. Com as medidas de isolamento postas em prática por governos um pouco por todo o mundo devido à pandemia, foi possível assistir, através das suas observações dos satélites, ao decréscimo no nível de poluição mundial e uma melhoria da qualidade do ar.

Além de projetos como Earth Observation Dashboard, desenvolvido em conjunto pela NASA, ESA e JAXA, que disponibiliza informações sobre as principais mudanças na qualidade do ar, da água e do clima, ou de missões como a do recém-lançado Sentinel-6, a Planet Labs está empenhada em utilizar os seus satélites para ajudar a combater a crise climática.

Na sessão “Can satellites help solve the climate crisis?”, no Channel 3 do Web Summit 2020, Will Marshall, cofundador e CEO da empresa, explica que, embora a COVID-19 seja o desafio deste ano, a crise ambiental que o planeta enfrenta terá consequências ao longo de múltiplas gerações. Assim, e em linha com o que Jane Goodall defendeu hoje no palco principal do evento, é preciso agir antes que a “janela temporal” se feche definitivamente e, neste âmbito, a tecnologia desempenha um papel determinante.

Web Summit 2020
Web Summit 2020 Sessão "Can satellites help solve the climate crisis?" com Will Marshall.

A missão da Planet Labs é mapear aquilo que se passa no mundo por meio dos seus mais de 130 satélites em órbita. Todos os dias são captadas mais de 3 milhões de imagens e os dados, que estão disponíveis na sua plataforma online, estão a ser usados em múltiplos projetos, incluindo de proteção do meio ambiente.

O CEO da tecnológica destaca o California Forest Observatory, que recorre a dados dos seus satélites para medir o impacto dos incêndios no Estado norte-americano. A Planet Labs também está a monitorizar a saúde dos recifes de corais à volta do mundo, através do Allen Coral Atlas, e a dar o seu contributo no combate à desflorestação.

O que reserva o futuro para a Planet Labs? A resposta está em “Space + AI = Queryable Earth”, revela Will Marshall. A empresa quer criar uma extensa base de dados, que recorre a Inteligência Artificial, sobre aquilo que se passa na Terra que seja tão fácil de utilizar como o motor de busca da Google.

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