Lançado em 2009, o satélite PROBA2 da Agência Espacial Europeia tem como missão manter-se “atento” à atividade do Sol, monitorizando os eventos solares que podem influenciar ou até mesmo afetar o que se passa na Terra.

Ao longo de 2020, a câmara SWAP do satélite captou múltiplas imagens do “astro-rei” e a ESA selecionou uma por cada um dos 365 dias, numa montagem que representa um ano completo de atividade solar. Na compilação feita destacam-se vários momentos, em especial, nos dias 21 de junho e 14 de dezembro, onde o PROBA2 captou dois eclipses solares.

Composição das imagens captadas pelo PROBA2 em 2020
Composição das imagens captadas pelo PROBA2 em 2020 créditos: ESA

A ESA explica que o ano passado marcou o começo de um novo ciclo de atividade solar, em linha com o que os investigadores da NASA e da NOAA já tinham dado a conhecer, que durará cerca de 11 anos. No início de 2020, o Sol ainda demonstrava baixos níveis de atividade, mas no final do ano já dava sinais de que tinha “acordado”.

Nas imagens correspondentes aos meses de novembro e dezembro é possível verificar várias regiões solares ativas. As áreas em questão apresentam elevados níveis de atividade magnética, dando origem a alguns dos eventos mais “dramáticos”, como erupções solares ou ejeções de massa coronal.

A Agência Espacial Europeia destaca que 2020 foi um ano particularmente importante para a investigação dos fenómenos solares. Recorde-se que, em fevereiro, a sonda Solar Orbiter partiu à descoberta dos mistérios do Sol, levando a bordo tecnologia portuguesa.

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Em junho, a sonda fez a sua primeira aproximação a cerca de 77 milhões de quilómetros de distância do Sol e, logo no mês seguinte, chegaram à Terra as primeiras imagens captadas pela missão.

As fotografias revelaram fenómenos que antes não eram visíveis em detalhe aos cientistas, como a presença de mini explosões solares omnipresentes, chamadas “fogueiras”. Captadas pelo Extreme Ultraviolet Imager (EUI) durante o primeiro periélio da Solar Orbiter, as “fogueiras” podem ser descritas como uma espécie de parente das explosões solares que podem ser observadas a partir da Terra.

Clique nas imagens para recordar as primeiras imagens do sol captadas pelo Solar Orbiter

Mais recentemente, a sonda fez uma passagem por Vénus, naquela que pretende ser a primeira de muitas. Na sua maior aproximação, a Solar Orbiter chegou a estar a uma distância de 7.500 quilómetros do planeta.

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Embora o seu objetivo seja ajudar os cientistas a estudar a atividade solar, a sonda aproveitou para fazer o registo de vários dados de Vénus através dos seus instrumentos. Os investigadores da ESA acreditam que é importante compreender como o planeta interage com o vento solar, uma vez que, ao contrário da Terra, não tem um campo magnético de proteção, e por isso sente diretamente os seus efeitos.