O lançamento do nanosatélite estava previsto para os primeiros dias de março e tudo indica que acontece hoje, a bordo do Falcon 9 da SpaceX. Será o segundo satélite português no espaço, depois do PoSAT-1 que partiu para o espaço há 30 anos, e integra a nova estratégia portuguesa para a criação de uma constelação de satélites que será capaz de monitorizar o território nacional a partir do espaço, em especial a região do Atlântico.

Com um investimento de 2,78 milhões de euros, o Aeros foi desenvolvido em Portugal numa parceria com mais de uma dezena de entidades, entre elas a Thales e a CEiiA, as universidades do Técnico, Algarve, Minho e Porto, além do MIT. A montagem final foi feita em Berlim, na Alemanha.

Classificado como um nanossatélite, pesa 4,5 kg, tem um corpo de 30 cm de comprimento e 50 cm de largura e vai orbitar a 510 quilómetros de altitude e à velocidade de 7 km/s, ou seja, dará uma volta à Terra a cada 90 minutos.

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A missão do Aeros é estudar os oceanos e enviar as imagens recolhidas para um centro de operações instalado na ilha de Santa Maria, sendo depois tratadas em Matosinhos.

Antes de ter luz verde final para o lançamento, o satélite passou pelas instalações do Grupo ISQ, em Castelo Branco, no Laboratório de Ensaios Especiais, apetrechado com equipamento únicos em termos de escala e complexidade, onde foi realizada uma campanha de testes ambientais. Este laboratório integra vários túneis termodinâmicos, uma câmara de termo vácuo, um shaker para ensaios de vibração e um laboratório de ensaios estruturais.

Num artigo assinado ontem no Público, Tiago Hormigo, Co-Foundador e responsável pelo desenvolvimento de negócio na Spin.Works, diz que "o Aeros concretizou-se num contexto propício à execução de projectos de pequena dimensão para o sector espacial, tendo envolvido um investimento de cerca de três milhões de euros. Já a geração seguinte de projectos, que inclui a concretização da Constelação do Atlântico e está em curso desde o último trimestre de 2022, envolve um investimento acima de 200 milhões de euros".

Em desenvolvimento está também um novo satélite, o ISTSat-1, que aguarda a estreia do foguetão europeu Ariane 6.