Depois dos populares anéis, agora é a vez da lua de Saturno Enceladus estar "na ribalta" e, mais propriamente, receber a atenção de James Webb, que ajudou uma equipa de astrónomos a detetar uma nuvem de vapor de água gigantesca, com 9.600 quilómetros, o que daria para cobrir o continente eurasiano, da Irlanda ao Japão.
Esta é a primeira vez que um jato de água do género é visto a uma tão grande distância, assim como uma estreia na forma como o supertelescópio fornece uma visão direta à comunidade científica de como essa emissão alimenta o abastecimento de água de todo o sistema de Saturno com os seus anéis.
A nuvem de água pode conter os ingredientes químicos essenciais para a existência de vida, segundo um artigo publicado na revista Nature recentemente. O fenómeno foi visto por James Webb a 9 de novembro de 2022, durante uma “espreitadela” de quatro minutos e meio do telescópio à lua de Saturno.
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Enceladus é um mundo oceânico com cerca de 4% do tamanho da Terra - pouco mais de 500 quilómetros de diâmetro - e um dos alvos científicos mais expectantes na busca por vida extraterrestre no Sistema Solar.
Entre a crosta gelada e núcleo rochoso da lua há um reservatório global de água salgada. Existem também vulcões semelhantes a geiseres que expelem fluxos de partículas de gelo, vapor de água e produtos químicos orgânicos, a partir de rachas na superfície, informalmente chamadas "listas de tigre".
A extensão da pluma não foi a única característica que intrigou os investigadores: a taxa com que o vapor de água irrompe, a cerca de 300 litros por segundo, também é particularmente impressionante. Tal ritmo permitiria encher uma piscina olímpica em apenas algumas horas – algo que levaria mais de duas semanas caso usássemos uma mangueira de jardim, em comparação, escrevem ESA e NASA em comunicado.
Nos próximos anos, James Webb servirá como a principal ferramenta de observação da lua oceânica Enceladus. As descobertas do telescópio espacial irão ajudar a preparar futuras missões, com vista a explorar a profundidade do oceano subterrâneo e a espessura da crosta de gelo, entre outros pormenores.
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è um facto que o sistema constituído por Saturno tem estado sob o olhar atento da comunidade científica, nomeadamente os seus anéis, considerados uma das "coqueluches" do Sistema Solar e alvo de interesse de diferentes análises. Estudos feitos com base em dados da missão Cassini revelaram há pouco tempo tais adereços ainda são jovens, mas não vão durar muito mais tempo.
Também recentemente, o Telescópio Espacial Hubble captou os misteriosos “raios” fantasmagóricos e fugazes, de causa desconhecida, que cruzam periodicamente os anéis de Saturno, anunciando a mudança de estação no gigante gasoso, um fenómeno que apesar de recorrente, continua por esclarecer.
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