O telescópio espacial James Webb chegou ao destino e deu mais um passo crucial no processo que prepara uma missão inédita: desvendar alguns dos mais bem guardados segredos do universo, como a origem da vida.
De acordo com o plano, o telescópio foi posicionado na órbita do segundo ponto de Lagrange Sol-Terra, também conhecido como L2, a cerca de 1,5 milhões de quilómetros da Terra, onde vai orbitar o Sol, em linha com a Terra e à medida que orbita o L2. L2 posiciona-se na parte exterior da órbita terrestre, ao longo da reta que une a Terra e o Sol.
A localização alcançada, depois de ativados os propulsores do telescópio que funcionaram durante quase cinco minutos (mais propriamente 297 segundos) para corrigir a trajetória do James Webb em relação à órbita final, é um aspeto da maior importância para o sucesso da missão. O ponto escolhido e já alcançado foi selecionado pela vista sobre o espaço, mas também por ser uma localização livre de interferências e com uma temperatura adequada, ingredientes fundamentais para que os instrumentos a bordo funcionem o melhor possível.
Os segmentos do espelho principal do telescópio já estão posicionados e o mesmo acontece com o espelho secundário, mas ainda há muito trabalho a fazer antes do James Webb estar em condições de enviar imagens. Nos próximos meses, e até ao verão, será preciso alinhar todos os instrumentos do telescópio. Só para o alinhamento ótico estão previstos três meses.
Um dos momentos relevantes dos passos já cumpridos foi o desdobramento da capa protetora de 21 metros do supertelescópio, composta por cinco camadas, operação concluída no início do mês. Com um tamanho próximo do de um campo de ténis, o escudo solar tinha sido dobrado para caber na área de carga do cone no nariz do foguetão Ariane 5. A dança mecânica para a abertura das suas cinco camadas começou a 28 de dezembro do ano passado, três dias depois da partida para o espaço.
O James Webb, normalmente apontado como sucessor do Hubble, vai recolher dados que ajudem a explorar todas as fases da história do Cosmos: do interior do nosso sistema solar às galáxias mais distantes, observáveis no início do universo e tudo o que está entre os dois.
A operação, que envolve um investimento de 10 mil milhões de dólares, envolve a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e a Agência Espacial Canadiana (CSA). O posicionamento final do telescópio foi alcançado esta segunda-feira, 24 de janeiro, numa operação de correção da trajetória que aconteceu às 19 horas, hora de Lisboa. O início da missão aconteceu no dia 25 de dezembro. Veja ou reveja as imagens que marcaram o dia, na galeria abaixo.
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