Alguma vez pensou em quantos satélites estão em órbita? De acordo com dados da Union of Concerned Scientists, em abril deste ano, existiam cerca de 6.000 satélites a orbitar em torno da Terra. No entanto, apenas 2.666 estavam, de facto, operacionais: um número que, entretanto, cresceu para 2.787 em agosto.
Segundo dados de um relatório da Euroconsul, citados pelo website Venture Capitalist, durante a próxima década, estima-se que cerca 990 satélites sejam lançados todos os anos, significando que em 2028, poderão existir 15.000 equipamentos em órbita.
Mais de metade dos satélites operacionais foram lançados com fins comerciais. Os satélites dedicados à comunicação terrestre, perfaziam 61% do total desta categoria. Já 27% dos equipamentos cumpriam missões de observação terrestre. Seguem-se os satélites governamentais, que correspondem a 21%, e os que têm objetivos militares, com 13%.
Os Estados Unidos, a China e a Rússia lideram a lista de países com mais satélites operacionais em órbita. Ao todo, e com a inclusão do Japão e do Reino Unido, o grupo de países é responsável por operar 76% de todos os satélites.
A SpaceX afirma-se como a maior operadora de satélites comerciais. De abril para outubro, o número de equipamentos da constelação Starlink colocados em órbita pela empresa de Elon Musk cresceu de 358 para 775. Recorde-se que a empresa planeia enviar 42.000 satélites para a órbita da Terra, tendo como objetivo criar uma rede de internet de alta velocidade que seja barata e acessível a todos no planeta.
No início de outubro, após o lançamento de mais uma remessa de 60 satélites, Elon Musk afirmou que, assim que o grupo de equipamentos enviado se alinhar com o conjunto já em órbita, estarão reunidas as condições para avançar com um teste beta público mais abrangente nas regiões do norte dos Estados Unidos e o sul do Canadá. O responsável salientou também que os testes vão expandir-se a outros países assim que receber a aprovação dos reguladores.
No entanto, o impacto da constelação de satélites Starlink no céu tem sido alvo de controvérsia entre a comunidade de astrónomos devido à “poluição” visual que está a causar na observação espacial. Ainda neste ano, até os astronautas a bordo da Estação Espacial Internacional conseguiram captar um dos “comboios” de equipamentos da SpaceX durante uma observação de uma aurora sobre a Antártida.
Em abril de 2019, a Amazon revelou ao mundo os seus planos para entrar em concorrência direta com a Starlink e colocar uma constelação de satélites em órbita para ligar milhares de pessoas em todo o mundo à Internet. Em julho, a empresa liderada por Jeff Bezos conseguiu a aprovação da Federal Communications Commission (FCC) para lançar os 3.236 satélites do Project Kuiper.
Para manter a sua licença da FCC, a Amazon terá de lançar metade da constelação de satélites até 2026 e colocar em órbita os restantes equipamentos até 2029. A Amazon argumenta que é capaz de retirar os satélites da órbita em apenas 355 dias, mas vai ter de apresentar à reguladora norte-americana das comunicações um plano detalhado acerca de como pretende mitigar o problema do lixo espacial que orbita em torno da Terra.
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