A nave Cygnus já está “colada” ao Falcon 9 que a conduzirá no início da viagem até à Estação Espacial Internacional. Carrega mais de 3.700 quilogramas de mantimentos e equipamentos que prometem uma série de avanços científicos e tecnológicos. Entre eles está um pequeno robot cirurgião.
Desenvolvido pela startup médica Virtual Incision, o MIRA - Miniaturized In-vivo Robotic Assistant permitirá que os médicos façam cirurgias remotamente, até mesmo quando o paciente estiver a centenas de quilómetros de distância, flutuando na órbita da Terra.
Com apenas um quilograma, consiste num pequeno braço ciborgue, com duas extremidades, capaz de segurar instrumentos cirúrgicos, como tesouras. O robot realizou sua primeira cirurgia em agosto de 2021, auxiliando numa hemicolectomia direita, fazendo uma única incisão num paciente.
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Na forma que assume hoje, ainda não pode fazer as intervenções sozinho, mas sim com a ajuda de um cirurgião humano que comunique com ele. A mais longo prazo, o objetivo é que evolua para conseguir operar os astronautas no espaço por "conta própria", em caso de necessidade.
A bordo da ISS, o MIRA vai testar as suas habilidades dentro de um armário experimental do tamanho de um forno microondas, simulando procedimentos usados em cirurgia, como cortar elásticos esticados (uma alternativa ao tecido humano) e empurrar anéis de metal ao longo de um fio.
Aquela que vai ser a 20ª Missão de Reabastecimento Comercial Northrop Grumman da NASA para a ISS, tem lançamento marcado para as 12h07 locais - 17h07 em Lisboa -, seguindo à boleia de um foguetão Falcon 9, da SpaceX. O evento vai ter cobertura em direto da NASA TV.
Além do MIRA, a Cygnus leva outros instrumentos e experiências a bordo, como uma plataforma de reentrada em órbita que recolhe dados vitais sobre sistemas de proteção térmica, uma cultura de células de cartilagem 3D destinada a manter a cartilagem saudável em ambientes de menor gravidade, a plataforma autónoma de fabrico de semicondutores MSTIC e uma impressora 3D projetada para testar a capacidade de impressão de pequenas peças metálicas no espaço.
Batizada como S.S. Patricia “Patty” Hilliard Robertson, em homenagem à ex-astronauta da NASA, a nave vai permanecer na estação espacial até maio, quando partirá do laboratório orbital para uma reentrada (inofensiva) na atmosfera terrestre.
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