Em linha com as informações divulgadas pela NASA e pela ESA no início do mês, um estudo da Carbon Brief demonstra que as ações tomadas pela China para mitigar a propagação do Coronavírus (COVID-19) reduziram em 25% as emissões de CO2 do país. Os especialistas afirmam que, à medida que cada vez mais países fecham fábricas, cancelam eventos, reduzem o número de voos efetuados e implementam medidas de quarentena obrigatória, poderá registar-se uma redução acentuada das emissões carbónicas, a primeira desde a crise financeira mundial de 2008.
Além da diminuição de Dióxido de Nitrogénio verificada na China desde o final de dezembro de 2019, os analistas indicam que, o consumo de carvão nas centrais elétricas do país diminuiu 36%, sendo que a capacidade das refinarias de petróleo registou um decréscimo de 34%. Os indicadores refletem-se assim numa melhoria da qualidade do ar no país.
De acordo com François Gemenne, diretor do The Hugo Observatory, em França, a tomada de medidas de prevenção e mitigação a nível mundial poderão ser mais benéficas para a redução de mortes devido à poluição atmosférica do que pelo COVID-19. Em entrevista à Forbes, o responsável aponta que, anualmente, mais de 1 milhão de pessoas morre na China devido aos elevados níveis de elementos poluentes no ar. A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que, globalmente, o número de mortos ronde os 7 milhões.
Os efeitos aparentemente "positivos" do COVID-19 para o meio ambiente não devem ser sobrestimados, afirmou António Guterres numa recente apresentação na sede da ONU. Segundo informações avançadas pela Associated Press, o secretário-geral da ONU lembrou que enquanto o novo coronavírus é temporário, as alterações climáticas vão manter-se por décadas, requerendo uma ação constante.
Na China, em especial, a redução das elevadas emissões de CO2 poderá ser de curta duração caso as fábricas, ao voltarem a abrir, aumentem exponencialmente a produção para compensar as perdas. O governo de Xi Jinping deu a conhecer que disponibilizará um pacote de estímulo à economia chinesa para combater os efeitos provocados pelo COVID-19, o qual, em última análise, poderá fazer regredir o “progresso” ambiental dos últimos meses.
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