Especialistas têm afirmado, ao longo do tempo, que a prática de acompanhar o horário de verão, com raízes nos finais do século XIX e amplamente instituída no século XX, traz benefícios ao alargar as horas de sol e poupar energia, mas muitos outros questionam a ideia.

Numa tomada de posição recente, a Academia Americana de Medicina do Sono (AASM na sigla original) veio defender que a eliminação da hora de Verão nos Estados Unidos traria vantagens ao nível da saúde e da segurança pública.

Num artigo, publicado no Journal of Clinical Sleep Medicine, a AASM pede que a tradição centenária em que os relógios são adiantados uma hora na primavera e atrasados ​​uma hora no inverno seja erradicada e permaneça apenas a hora padrão.

A Academia argumenta que a hora padrão está mais alinhada com os ritmos diários do nosso relógio biológico e que a mudança semestral aumenta os riscos de saúde.

O artigo cita evidências do aumento de problemas cardiovasculares, perda de sono, distúrbios de humor e aumento da produção de marcadores inflamatórios, uma das respostas do corpo ao stress, da “primavera em diante” devido à alteração de horário, principalmente nos primeiros dias após a alteração.

“Ter um tempo padrão durante todo o ano é a melhor escolha para corresponder mais de perto ao nosso ciclo circadiano de sono-vigília”, defende M. Adeel Rishi, autor principal do artigo, especialista em pneumologia, medicina do sono e cuidados intensivos e vice-presidente do Comité de Segurança Pública da AASM. “O horário de verão resulta em mais escuridão pela manhã e mais luz à noite, interrompendo o ritmo biológico natural”.

A par da tomada de posição, os defensores da abolição da hora de Verão também têm apontado estudos que indicam, por exemplo, um aumento de 18% de procedimentos médicos que correm mal devido a erro humano, assim como de uma subida do número de acidentes de viação em até 6% nos primeiros dias após a alteração de horário.

Nota de redação: Corrigida uma gralha.