Uma equipa internacional de astrónomos detetou a maior explosão no Universo desde o Big Bang. A erupção teve origem num buraco negro supermassivo a cerca de 390 milhões de anos luz de distância no conjunto de galáxias Ophiuchus. De acordo com Simona Giacintucci, uma das principais investigadoras do estudo, a “cratera” deixada pela explosão tem uma dimensão equivalente a 15 Vias Lácteas.

Para conseguir detetar o fenómeno, os astrónomos recorreram aos sistemas telescópicos XMM-Newton da ESA e Chandra X-ray Observatory da NASA, assim como a dados do Murchison Widefield Array na Austrália e do Giant Metrewave Radio Telescope na Índia. Ao todo, a erupção detetada é cinco vezes maior do que a que foi registada pelos cientistas no conjunto de galáxias MS0735.6+7421.

Explosão detetada pelos cientistas no centro do no conjunto de galáxias Ophiuchus.
Explosão detetada pelos cientistas no centro do no conjunto de galáxias Ophiuchus. créditos: NASA

Ao que indicam os astrónomos, a explosão ocorreu ao longo de centenas de milhões de anos, estando relacionada com os potentes jatos emitidos pelo buraco negro supermassivo. A investigação publicada na revista científica The Astrophysical Journal revela que a erupção foi causada por um núcleo galáctico ativo, isto é, a região central de uma galáxia durante fases de grande emissão de radiação.

A explosão deu origem a uma “cratera” gigante no plasma em torno no buraco negro. Os investigadores têm vindo a estudá-la desde que o Chandra X-ray Observatory descobriu os primeiros indícios de uma erupção em 2016, avança a NASA. No entanto, os dados recolhidos na altura não eram suficientes para perceber se se tratava, de facto, de uma das maiores explosões alguma vez registadas.

Esta é a primeira fotografia de um buraco negro. Está feita história
Esta é a primeira fotografia de um buraco negro. Está feita história
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Os buracos negros supermassivos têm vindo a intrigar os investigadores já há muito tempo. Ainda em abril de 2019, uma colaboração internacional de investigadores deu origem à primeira imagem do fenómeno que é invisível ao olho humano, simbolizando um passo importante no rumo histórico da ciência.

Já em setembro desse ano, a NASA divulgou uma simulação daquele que seria o aspeto real de um buraco negro. Criada por Jeremy Schnmittman, astrofísico da agência espacial norte-americana, com recurso a software do Gooddard Space Flight Center, a demonstração teve como objetico “ilustrar” a força gravitacional presente no fenómeno.