É verdade que nunca a humanidade viu Saturno sem anéis, mas na era dos dinossauros o planeta ainda não teria adquirido as suas icónicas "joias". Além disso, também os futuros habitantes da Terra poderão vir a conhecer o gigante gasoso sem tais acessórios.
Este é o quadro que pode ser traçado com as conclusões de três estudos recentes, feitos com base em dados da missão Cassini, que analisaram a massa dos anéis, a “pureza”, a rapidez com que os detritos são adicionados e como isso influencia a forma como mudam com o tempo. Indicam que os anéis são jovens e efémeros, tendo cerca de 400 milhões de anos e pouco mais de 100 milhões pela frente.
Feitos quase inteiramente de gelo puro, os anéis têm uma pequena percentagem de “poluição” proveniente de micrometeoróides, como fragmentos de asteroides menores que um grão de areia, explica a NASA. Estes colidem constantemente com as partículas do anel e contribuem para o material que circunda o planeta.
A idade dos anéis tem sido difícil de definir, mas um dos três novos estudos fornece uma ideia mais exata da chegada destes "detritos" e o quanto pode ter “contaminado” os anéis desde a sua formação, indicando também que a gravidade de Saturno pode estar a puxar o material de forma mais eficaz para os anéis. As duas linhas de evidência levam a concluir que os anéis não poderiam ter sido expostos a essa tempestade de granizo cósmica por mais de algumas centenas de milhões de anos - uma pequena fração dos 4,6 mil milhões de anos de idade de Saturno e do Sistema Solar.
Um segundo artigo, com um ângulo diferente sobre o constante "bombardeio" dos anéis pelos detritos, reforça a conclusão sobre a jovialidade de tais acessórios, mostrando que os anéis podem ter atingido a massa atual em apenas algumas centenas de milhões de anos. Os resultados também sugerem que, por serem tão jovens, provavelmente se formaram quando forças gravitacionais instáveis dentro do sistema de Saturno destruíram algumas das suas luas geladas.
Os dados da missão Cassini mostraram ainda que as "joias" mais icónicas do sistema solar estão a perder massa rapidamente, à medida que o material das regiões mais internas cai em direção do planeta. Tal contribuiu para que um terceiro estudo quantificar, pela primeira vez, a velocidade com que isso acontece e calcular que o fluxo de desaparecimento das partículas pode levar a que os anéis do gigante gasoso deixem de existir nos próximos 100 milhões de anos.
Os anéis de Saturno são uma das "coqueluches" do Sistema Solar e alvo de interesse de diferentes análises. Recentemente, o Telescópio Espacial Hubble captou os misteriosos “raios” fantasmagóricos e fugazes, de causa desconhecida, que cruzam periodicamente os anéis de Saturno, anunciando a mudança de estação no gigante gasoso. Apesar de recorrente, o fenómeno continua por esclarecer.
Desde a sua descoberta pela missão Voyager da NASA, na década de 1980, os "raios" que cruzam periodicamente os anéis de Saturno permanecem em grande parte inexplicados. A forma e o sombreamento dos raios variam: podem parecer claros ou escuros, dependendo do ângulo de visão, e por vezes parecem mais bolhas do que formas clássicas de raios radiais, semelhantes aos de uma roda de bicicleta.
A agência espacial espera chegar finalmente a uma conclusão sobre o fenómeno, combinando os dados de arquivo da missão Cassini com as novas observações e dados recolhidos pelo Hubble.
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