Um novo estudo revela que Phobos, uma das duas luas de Marte, orbita por entre uma corrente de átomos e moléculas que flui do Planeta Vermelho. A maioria das partículas, iões de oxigénio, carbono, nitrogénio e árgon, têm vindo a “escapar” da atmosfera marciana há milhares de milhões de anos.
De acordo com a investigação recentemente publicada na revista científica Nature Geoscience, os cientistas acreditam que os iões vindos da atmosfera de Marte podem estar preservados na camada superior da superfície de Phobos.
Assim, se amostras do solo do satélite natural fossem recolhidas e analisadas na Terra, poderiam revelar informações importantes acerca da evolução da atmosfera do Planeta Vermelho.
A NASA explica que, outrora, Marte tinha uma atmosfera cuja densidade permitia a existência de água líquida na sua superfície. Porém, hoje, é muito menos densa do que aquela que existe, por exemplo, no nosso planeta.
“Sabemos que Marte foi perdendo a sua atmosfera para o Espaço e, agora, cremos que parte dela possa ter vindo parar a Phobos”, elucida Quentin Nénon, investigador do Laboratório de Ciências Espaciais da Universidade da Califórnia em Berkeley e autor principal do estudo.
Dado às características da sua órbita, Phobos, à semelhança da nossa Lua, parece sempre mostrar a mesma face. Os cientistas afirmam que a superfície do lado mais “exposto” recebeu entre 20 a 100 vezes mais iões da atmosfera marciana do que o lado mais oculto.
Para chegarem às suas conclusões, os investigadores recorreram a dados da Mars Atmosphere and Volatile EvolutioN (MAVEN) da NASA, uma sonda que está há mais de seis anos numa missão de recolha de dados sobre Marte para ajudar a comunidade científica a perceber como é que o planeta perdeu a sua atmosfera.
A sonda também recolheu dados sobre Phobos e os cientistas usaram um dos seus instrumentos para medir a quantidade de iões que existe à volta do satélite natural durante a sua órbita em torno de Marte.
Phobos e a sua “irmã” Deimos têm vindo a intrigar os cientistas, com muitos a questionarem-se acerca da sua origem. Para ajudar a descobrir os mistérios das luas marcianas, a agência espacial japonesa vai lançar em 2024 a missão Martian Moons Exploration, em colaboração com as agências espaciais da Alemanha (DLR) e França (CNES).
O plano da missão envolve lançar uma sonda que entrará na órbita de Marte em 2025 e fará uma “visita” à Phobos e Deimos, criando um mapa detalhado das suas superfícies. Será também enviado um rover para a superfície de Phobos, que será o primeiro veículo a pousar num corpo menor no sistema solar.
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