Foi nos últimos dias de dezembro de 2021 que a NASA conseguiu concretizar o lançamento do super telescópio James Webb, mas só alguns meses depois o instrumento de observação do espaço começou realmente a dar frutos, depois dos alinhamentos e ajustes necessários. A espera não tirou interesse nas imagens que acabaram por maravilhar os astrónomos e os comuns mortais, com a revelação das primeiras fotos a terem direito a conferência na Casa Branca.
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Para a astronomia este foi mais um ano de conquistas, com a primeira fase da missão Artemis, que pretende voltar a colocar o homem (e mulheres) na Lua a concretizar-se com sucesso depois de vários adiamentos. A NASA e a ESA somaram conquistas também em Marte, onde o rover Perseverance continua a recolher amostras e o helicóptero Ingenuity soma recordes.
A guerra da Rússia contra a Ucrânia levantou questões sobre a parceria na Estação Espacial Internacional, mas os astronautas continuam a conviver na “casa” da humanidade que está na órbita da Terra há mais de 20 anos. Depois dos primeiros meses de tensão a situação acalmou, com vários cientistas a pedir a continuação da parceria, incluindo Matthias Maurer, em entrevista ao SAPO TEK. Tudo indica que pelo menos até 2028 não haverá alterações.
Este foi também o ano em que a exploração privada do espaço se solidificou como negócio, com “turistas espaciais” da missão AX-1 a passarem 10 dias na Estação Espacial Internacional, uma estadia que se prolongou além do previsto.
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Ao contrário dos turistas espaciais das empresas dos multimilionários Jeff Bezos e Richard Branson, com a Blue Origin e a Virgin Galactic, cujos passageiros passam apenas alguns minutos em órbita, os tripulantes da Ax-1 contam com mais tempo no espaço, tal como os viajantes do Inspiration4 da SpaceX que somaram uma viagem mais longa ao espaço para um passeio de três dias no Inspiration4.
Este ano também o português Mário Ferreira teve a sua experiência espacial, num voo da NS-22 da Blue Origin que foi acompanhado ao minuto pelo SAPO TEK
Um passo largo na privatização do espaço
A empresa do multimilionário Elon Musk está bem posicionada para se tornar a maior do sector privado na corrida ao espaço, contando com iniciativas próprias e a parceria com a NASA. Ontem concretizou a 60ª missão bem sucedida do Falcon 9, o foguetão reutilizável que ajudou a reduzir os custos e a acelerar os lançamentos para o espaço, um marco relevante que duplica o número alcançado em 2021.
A primeira viagem da SpaceX à Estação Espacial Internacional foi há 10 anos a SpaceX rumou à ISS pela primeira vez e a indústria espacial nunca mais foi a mesma, mas a ambição é muito maior e tem Marte também na lista de conquistas a realizar.
Entre os países que se posicionam como “potências espaciais” a China deu este ano alguns passos gigantes com a construção da sua Estação Espacial Internacional Tiangong. O programa espacial tripulado da China completou oficialmente três décadas este ano, mas começou realmente em 2003, quando a China se tornou o terceiro país, depois dos EUA e da Rússia, a colocar um ser humano no Espaço.
A estação chinesa permanente pesará cerca de 66 toneladas – uma fração do tamanho da Estação Espacial Internacional – que lançou o seu primeiro módulo em 1998 e pesa cerca de 465 toneladas.
No rol de empreendimentos privados está também oma empresa privada japonesa aque entrou para os pioneiros na exploração da Lua e lançou uma Missão espacial pioneira com o Lander da missão HAKUTO-R que deve alunar em abril de 2023
Asteroides, meteoros e buracos negros
2022 foi também o ano em que os cientistas conseguiram um novo marco na defesa planetária: a Missão DART da NASA conseguiu alterar a órbita do asteroide Dimorphos. A NASA confirmou que alterou a órbita do asteroide Dimorphos depois do impacto com a sonda DART, superando as expetativas dos especialistas.
A conquista é relevante, até porque em julho a comunidade científica tinha apanhado um susto com um asteroide do tamanho de um autocarro “roçou” a Terra de surpresa e deixou os cientistas preocupados. O 2022 NF apareceu “do nada” nos radares quando faltavam poucos dias para a sua passagem pela Terra. Desta vez não houve perigo, mas a surpresa deixou a comunidade científica desconfortável com a possibilidade da situação se repetir com um asteroide de maior perigo.
As ameaças têm sido alvo de muitos guiões de cinema, mas são reais e os efeitos de um impacto podem ser catastróficos.
Mais longe, mesmo muito longe, as observações de astrónomos continuam a revelar os segredos do universo, com descobertas relacionadas com os buracos negros, galáxias que se entrelaçam numa dança cósmica e explosões estrelares.
Muitas das imagens partilhadas são captadas por instrumentos poderosos, como o Very Large Telescope (VLT) do ESO, mas sem tirar os pés da Terra também Miguel Claro tem ajudado a divulgar fotografias extraordinárias que resultam de longas horas de observação na base habitual do astrofotógrafo na reserva Dark Sky, no Alqueva, ou noutros locais para onde viaja à procura das estrelas.
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