Foi revelado em Miami, na Flórida, o Vanguard, o primeiro habitat subaquático criado nos últimos 40 anos, desenvolvido pela Deep, uma startup britânica que pretende que cientistas voltem a virar as atenções para o fundo do mar, que ainda tem tanto para oferecer como para se dar a conhecer.

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Inventado em 1962 pelo pioneiro Jacques Cousteau, o primeiro habitat subaquático do mundo era do tamanho de um elevador, tendo evoluído nas décadas seguintes. Porém, desde então, os oceanos deixaram de ser devidamente explorados, com o protagonismo que o Espaço foi conquistando. Esta não deixa de ser uma questão curiosa, até porque 95% dos oceanos continuam inteiramente desconhecidos.

A Deep quer mudar isso com a chegada do Vanguard, recorrendo a uma solução engenhosa: manter a pressão interna do habitat igual à da água circundante. Desta forma, os cientistas podem entrar e sair livremente através de uma abertura permanente no chão, conhecida como "moon pool".

OceanOneK é um robot mergulhador para explorar as profundezas do oceano com um toque “humano”
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A solução promete resolver um dos maiores desafios do mergulho profundo. Normalmente, mergulhadores a 50 metros só conseguem passar alguns minutos no fundo do mar. Com o Vanguard, equipas de quatro cientistas podem permanecer submersas durante uma semana inteira, mergulhando várias horas por dia e só descomprimindo uma vez, no final da estadia.

O habitat tem 12,1 metros de comprimento, com um aspecto que lembra uma autocaravana, mas a porta maciça de aço com roda de fecho deixa claro que os ocupantes estão dentro de água. É "alimentado" por uma boia à superfície que fornece ar, água, eletricidade via gerador a diesel, internet Starlink e recolhe as águas residuais. O cabo foi desenhado para resistir aos piores furacões da Flórida, e mesmo que se parta, há reservas para 72 horas.

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O Vanguard é o primeiro habitat subaquático a receber uma certificação DNV (Det Norske Veritas), da mesma entidade que certifica navios comerciais, garantindo segurança para operação no fundo do mar. Este vai ser istalado no início de 2026 no Santuário Nacional Marinho de Florida Keys, nos Estados Unidos, recebendo os primeiros cientistas pouco tempo depois.

Mas a visão da Deep vai além deste projeto, avança o website MIT Tech Review. A empresa já planeia o Sentinel, um habitat modular com o dobro do diâmetro, que poderá albergar entre oito e 50 aquanautas a uma profundidade que pode chegar aos 225 metros. O lançamento está previsto para 2027 e o objetivo final é "tornar os humanos aquáticos", sugerindo a criação de comunidades permanentes debaixo de água.

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