A missão DART, o primeiro teste de defesa planetária do mundo que pretende ajudar os cientistas a estudar tecnologias que protejam a Terra de um eventual impacto com asteroides perigosos, já está em marcha. A nave espacial DART partiu com sucesso para o Espaço à “boleia” foguetão Falcon 9 da SpaceX a partir da Califórnia, nos EUA, às 01h21 locais.

De acordo com a NASA, 55 minutos depois de ter partido, a nave espacial DART separou-se do Falcon 9. A nave já começou a comunicar com as estações terrestres, com a estação de New Norcia, na Austrália, a captar os primeiros sinais.

Após receber os primeiros sinais da DART, a equipa responsável pela missão iniciou o processo de orientar a nave para uma posição segura onde pudesse abrir os seus dois painéis solares, ambos com uma dimensão de mais de 8 metros, algo que aconteceu duas horas depois.

A missão, que reúne a NASA, a Agência Espacial Europeia (ESA) e o AIDA (Asteroid Impact Deflection Assessment) e cuja partida poderá rever no canal de YouTube da Agência norte-americana, tem como objetivo fazer com que a nave colida de propósito com Dimorphos, o corpo secundário que orbita o asteroide Didymos, a cerca de 24 mil quilómetros por hora.

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A colisão vai transferir a energia cinética da nave para a rocha, empurrando-a para mais perto de Didymos e mudando a velocidade da órbita do asteroide secundário em redor do principal em 1%. Recorde-se que os “alvos” desta experiência contam com dimensões de 780 metros de diâmetro, no caso do asteroide principal, e o secundário com 160 metros.

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Note que os asteroides em questão não são uma ameaça para o nosso planeta. Se tudo correr como planeado, a nave espacial DART deverá alcançar o seu alvo, a 11 milhões de quilómetros de distância da Terra, no final de setembro de 2022.

Após a colisão planeada, os cientistas vão recorrer a telescópios para medir os seus efeitos, de modo a refinar a modelagem e as capacidades preditiva, para uma melhor preparação em caso de ameaça real de asteroide.

Dois anos do impacto da DART, em 2024 será lançada a missão Hera, que levará cerca de dois anos de viagem. A nave espacial da ESA chegará ao destino em 2026 para verificar a cratera do impacto resultante e medir a massa do asteroide.