A “missão suicida” faz parte de um projeto da NASA e da ESA que pretende proteger a Terra da colisão com asteroides perigosos. A DART será a primeira missão de teste de defesa planetária do mundo, cuja ideia é estudar tecnologias que protejam a Terra de um eventual impacto com asteroides perigosos, promovendo colisões intencionais com os corpos rochosos, de modo a obrigá-los a mudar a sua trajetória.
Faz parte de um projeto conjunto maior, entre a NASA e a ESA, o AIDA (Asteroid Impact Deflection Assessment), que também inclui a missão Hera, que só entrará ao serviço depois da espaçonave DART ter cumprido o seu principal desígnio – mas Bryan May, o astrofísico guitarrista dos Queen, explica-lhe esta parte mais abaixo...
Por agora, dizemos-lhe que o sistema binário que compreende o asteroide Didymos e o corpo secundário que o orbita Dimorphos serão os “alvos” de toda a experiência, o primeiro com aproximadamente 780 metros de diâmetro e o segundo com 160 metros.
O objetivo é que a DART colida de propósito com Dimorphos a cerca de 24 mil quilómetros por hora. A colisão irá transferir a energia cinética da nave para a rocha, empurrando-a para mais perto de Didymos e mudando a velocidade da órbita do asteroide secundário em redor do principal em 1%.
Embora pareça pouco, é quanto basta para alterar o período orbital de Dimorphos por vários minutos, ou seja, o suficiente para os investigadores em Terra poderem observar o evento à distância.
Nenhum dos asteroides envolvidos representa uma ameaça para a Terra, mas o objetivo é provar que é possível a uma espaçonave navegar autonomamente até um asteroide alvo e embater no mesmo usando a técnica de “impacto cinético”. Depois, recorrendo a telescópios em Terra para medir os efeitos da colisão, a missão irá aprimorar a modelagem e as capacidades preditivas para ajudar a nos prepararmos melhor para uma ameaça real de asteroide, caso venha a existir.
O lançamento da DART decorre a partir da Base da Força Aérea de Vandenberg, Califórnia, EUA, às 22h21 locais desta terça-feira (06h21 de quarta-feira em Portugal Continental) e tem transmissão em direto. Se tudo correr bem, a espaçonave deverá alcançar o seu alvo, a 11 milhões de quilómetros de distância da Terra, no final de setembro de 2022.
Só passados dois anos do impacto suicida da DART, em 2024, é que será lançada a Hera, que também levará os seus dois anos de viagem. A espaçonave da ESA chegará ao destino em 2026 para verificar a cratera do impacto resultante e medir a massa do asteroide.
Bryan May, astrofísico e conhecido guitarrista dos Queen, é o anfitrião neste vídeo da ESA em que são explicados alguns pormenores de toda a missão.
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