A sonda OSIRIS-REx superou as expectativas na sua missão de recolher amostras do asteroide Bennu. Num anúncio recente, a NASA revelou que a sonda conseguiu trazer para Terra um total de 121,6 gramas de material, o que ultrapassa o objetivo da missão em mais do dobro.
Para colocar esse número em perspetiva, o total corresponde a um pouco mais do que meia chávena de açúcar ou o equivalente a quase a mesma massa de um abacate pequeno.
A agência espacial norte-americana recolheu inicialmente 70,3 gramas de poeira preta e detritos no convés aviónico do recipiente. Os primeiros resultados à análise do material recolhido foram divulgados em outubro. No entanto, grande parte da amostra do asteroide foi armazenada na cabeça TAGSAM, que só foi aberta no passado mês de janeiro, depois de um processo complicado.
Esta última barreira foi imposta por dois dos 25 fixadores que isolavam a amostra dentro do mecanismo de recolha, que por sua vez estava arrumado numa espécie de porta-luvas para evitar quaisquer perdas.
A especificidade do mecanismo faz com que as ferramentas que podem ser usadas para o abrir sejam também elas muito específicas. Com as que existiam os cientistas não conseguiram abrir os dois últimos fixadores da cabeça do TAGSAM (Touch-and-Go Sample Acquisition Mechanism) e por isso foi preciso criar duas novas ferramentas, que encaixassem no local certo de forma precisa, fazendo a remoção sem danos.
O processo foi registado pela NASA. Clique nas imagens para mais detalhes.
Também houve direito a vídeo com os diferentes passos, além da comemoração pelo sucesso da missão.
A par do registo multimédia, a NASA revelou que esta parte da amostra resultou em 51,2 gramas, juntando-se ainda ao valor total algumas partículas adicionais, que não chegaram a entrar no recipiente.
Já estava previsto que as amostras serão divididas entre 230 cientistas para análise, que se espera forneça informação valiosa sobre a composição de Bennu. A NASA planeia manter pelo menos 70% da amostra no Johnson Space Center, para facilitar pesquisas futuras, mas alguns fragmentos serão disponibilizados para exibição pública em instituições como o Smithsonian Institution, o Space Center Houston e a Universidade do Arizona.
A devolução bem-sucedida representa um marco significativo para a missão OSIRIS-REx, lançada em 2016 e que chegou a Bennu em 2018. As amostras do asteroide chegaram à Terra depois de viajarem quase três anos pelo espaço.
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