O sector das TI é um universo em constante mutação, tanto na esfera do consumo comercial, como na dimensão empresarial e de investigação que se desenvolve num foro menos mediático. 2018 não será, por isso, uma exceção. E para este ano, as empresas e as consultoras da indústria prevêem mudanças substanciais que deverão ser sentidas em diferentes segmentos.
A equipa do SAPO TEK reuniu os tópicos publicados de entidades como a CIONET, Toshiba, Fujitsu, Sage, Cyber Security Ventures, Gartner, NetApp, Red Hat, ESET e Ericsson para um a análise dos temas que vão marcar o ano e que têm de ser olhados de forma atenta pelas organizações.
O cibercrime é um dos tópicos predominantes nas previsões institucionais já publicadas. Só em ataques de ransomware, a Cyber Security Ventures prevê um crescimento superior a 15 vezes o que foi registado em 2015, sendo que o fenómeno deverá alcançar 5 mil milhões de dólares em pedidos de resgate a nível global. O desafio vai, no entanto, ampliar-se. Com a implementação de um modelo de trabalho cada vez mais remoto, e mais colaboradores a operar a partir de casa, as organizações não só vão ver-se obrigadas a responder a ataques endereçados aos seus sistemas e infraestruturas locais, como aos milhares de pontos de acesso que se vão distribuindo pelo mundo.
Face a isto, é essencial que as empresas se preparem para enfrentar novos desafios na área do crime cibernético. Segundo a Fujitsu, este processo de adaptabilidade vai continuar a figurar enquanto um dos maiores obstáculos à garantia da sua cibersegurança.
Por outro lado, como afirma João Dessa, gestor de vendas da Toshiba para o segmento B2B em Portugal, "estes desafios de cibercriminalidade, mobilidade e regulamentação, vão levar-nos a ver um aumento na adoção de determinadas tecnologias seguras que incluem a criptografia quântica, edge computing e infraestruturas de ambientes de trabalho virtuais baseados na cloud". Uma opinião que é, de resto, partilhada por Gordon Haff, evangelista tecnológico da Red Hat.
Ao ransomware, contudo, vão juntar-se outras ameaças em crescimento, como é o caso dos ataques a sistemas de voto eletrónicos, como adianta a ESET.
A responsabilidade neste sector será de extrema importância para as empresas com operações em território europeu, uma vez que o próximo dia 15 de maio marca a data limite para que estas se encontrem em concordância com as novas normas comunitárias para a gestão transparente dos dados dos seus utilizadores (GDPR). A Gartner, no entanto, prevê que 50% das empresas não consiga cumprir com as exigências até ao final de 2018.
De acordo com a Ericsson, estas são as transformações pelas quais os consumidores mais anseiam:
Outra das tecnologias que vai registar um grande investimento é a Inteligência Artificial. A Sage acredita que, neste sector, as principais tendências passarão pela desumanização do aspetos do software, que vão transitar de uma aparência humanóide para um estilo de terminal mais básico. Contudo, a empresa acredita que o fator humano será muito mais preponderante na interação destes sistemas, que serão cada vez mais semelhantes ao Homem na forma como se comportam em contacto com os utilizadores.
Estas transformações previstas pela empresa deverão alavancar uma maior adoção da IA ao nível do consumidor final. Para a Ericsson, uma das tarefas mais frequentes destes programas, passará pela verificação da veracidade de factos publicados nas redes sociais, como forma de resposta ao fenómeno das fake news.
Na esfera empresarial, esta tecnologia será cada vez mais utilizada para dar resposta a situações complexas, "como a gestão de uma força de trabalho completa ou as mudanças climáticas.
Estas previsões vão ao encontro das projeções da Red Hat, que também vê na inteligência artificial um motor de crescimento para as indústrias e para o machine learning, como forma de criar valor nas suas bases de dados.
Este casamento entre machine learning e dados será o estímulo necessário à concretização de uma das previsões da NetApp: a auto consciência dos dados. Segundo Daniel Cruz, territory manager da empresa, os dados vão transportar-se, categorizar-se, analisar-se e proteger-se a si próprios de forma proactiva, o que levará, inevitavelmente, à criação de sistemas de autogestão de dados.
Desta forma é também esperado que a quantidade de dados cresça mais depressa do que a capacidade para os transportar. Este fenómeno vai alterar o fluxo de mobilização dos sistemas, fazendo com que as aplicações se movam em direção às bases de dados e não o contrário, despoletando novos investimentos em tecnologias de edge computing e armazenamento em cloud.
O blockchain também reúne boa parte das atenções das consultoras ao longo deste exercício de futurologia. Segundo a CIONET, esta tecnologia será essencial para o desenvolvimento da esfera financeira, mas também desempenhará papéis de larga importância noutras indústrias, como é o caso da agricultura, da medicina regenerativa, da construção autónoma e da logística.
A ultima grande tendência a merecer destaque é a Internet das Coisas (IoT), uma vez que se tem assistido a uma rápida consolidação da tecnologia. Assim, segundo previsões de Joseph Reger, CTO da Fujitsu para a região da EMEIA, o segmento empresarial continuará a ser o primeiro impulsionador da expansão destes sistemas, tal como se tem vindo a observar desde há uns anos a esta parte.
É também por isso que os aparelhos integrados nestas redes se estão a tornar cada vez mais centrados nas máquinas e não nos consumidores, exibindo características e linhas de funcionamento que são primeiramente atrativas para o emparelhamento com outras maquinas.
Ainda de acordo com Joseph Reger, esta lógica é responsável por aumentar os padrões de segurança das fabricantes que atuam neste ramo. Em 2018, é por isso inevitável que os aparelhos de IoT se apresentem cada vez mais seguros, sendo que os mais pequenos sensores serão também capazes de assegurar a proteção da menos simbólica das comunicações.
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