"Inovação para um oceano sustentável" é o mote deste ano do Dia Mundial dos Oceanos. Mas de que forma é que a tecnologia e a ciência têm ajudado neste sentido? Neste artigo damos resposta à questão, reunindo exemplos de projetos e soluções que pretendem tornar os oceanos uma melhor "casa" para os animais e para os próprios seres humanos.
Os oceanos cobrem 71% da superfície da Terra e são essenciais para a sobrevivência do Homem, mas o aquecimento global, a poluição e o plástico têm preocupado os especialistas. Neste dia, o secretário-geral da Organização das Nações Unidas, destaca a oportunidade "sem precedentes" que surgiu com a COVID-19 de proteger os oceanos. É neste contexto que António Guterres apela aos governantes e a todos os interessados "que se comprometam com a conservação e a sustentabilidade dos oceanos, através da inovação e da ciência.”
A verdade é que isso já está a ser feito um pouco por todo o mundo, com empresas privadas, mas também agências espaciais a trabalharem no mesmo sentido. Num post publicado esta segunda-feira, a Agência Espacial Europeia (ESA, na sigla em inglês) explica de que forma tem monitorizado os oceanos, através dos seus satélites de observação da Terra.
Ciência e tecnologia: como têm ajudado a tornar os oceanos mais sustentáveis?
O CryoSat, que celebrou 10 anos desde o seu lançamento recentemente, tem sido um dos satélites que tem ajudado a ESA a analisar as alterações climáticas. Enquanto outras missões de satélites podem medir mudanças na extensão do gelo da Terra, o CryoSat completa essas imagens. Como? Registando alterações na altura do gelo, que são usadas para calcular mudanças de espessura e volume, “essenciais para entender a quantidade total de gelo perdido”, explica a ESA.
Confira algumas imagens do satélite da ESA.
Recentemente, os dados recolhidos pelo satélite apoiaram investigações sobre a Gronelândia e a Antártida. De acordo com o estudo, ambas as regiões estão a perder gelo seis vezes mais rápido do que nos anos 1990, o que tem implicações para o futuro aumento do nível do mar.
Veja o lançamento do foguetão que levou o satélite da ESA para o espaço em 2010.
O satélite tem sido ainda fundamental no mapeamento de mudanças na espessura e no volume do gelo do Ártico no mar. Mas mesmo com uma década de medições, a ESA garante que é essencial continuar esse trabalho de forma contínua para compreender de uma melhor forma qual a tendência a longo prazo.
Ainda na área espacial, mas desta vez dos Estados Unidos da América, a NASA está a recorrer à tecnologia para ajudar a identificar recifes de coral em todo o mundo. Através do jogo NeMO-Net, os utilizadores ajudam a agência espacial a treinar um supercomputador no mundo real para classificar os corais de forma autónoma. Cada classificação que fizer dos corais ajuda também os investigadores a entenderem, de uma melhor forma, como os recifes estão a mudar.
Numa altura em que os plásticos são, efetivamente, um problema dos oceanos, no final de 2019 uma tecnologia de recolha na conhecida "Ilha do Lixo" no Oceano Pacífico finalizou com sucesso um ano de testes. O sistema foi desenvolvido pela organização não governamental The Ocean Cleanup e pretende "livrar" o oceano do lixo plástico.
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