É já na próxima semana que a NASA vai dar início ao programa Artemis, com a missão Artemis I a afirmar-se como o primeiro passo com vista ao regresso à Lua. À medida que os preparativos continuam, a comunidade científica está a averiguar se existem formas de garantir a sustentabilidade das missões mais prolongadas ao satélite natural da Terra e uma equipa de investigadores chineses fez uma descoberta que poderá ajudar nesse processo.

Num artigo publicado na revista científica National Science Review, os cientistas detalham como conseguiram criar um sistema robótico que converte amostras da superfície da Lua numa fonte de combustível e oxigénio.

Veja o sistema robótico em ação 

Os cientistas explicam que as amostras, recolhidas durante a missão lunar chinesa Chang’e 5, podem funcionar como um catalisador, convertendo dióxido de carbono e água em metano e oxigénio.

Citado pelo portal Phys.org, Yujie Xiong, autor principal do estudo, detalha que a utilização de recursos existentes na Lua para produzir combustível e oxigénio é fundamental para levar a cabo missões mais prolongadas.

Cientistas cultivam plantas em solo vindo da Lua pela primeira vez na História
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Devido à complexidade do processo e das condições na Lua, os cientistas acreditam que a utilização de um sistema robótico poderá ser particularmente útil. O sistema ainda está em desenvolvimento e ainda existem muitos desafios que precisam de ser ultrapassados. A equipa pretende continuar a refinar a criação e a encontrar formas de simplificar todo o processo.

As amostras de solo recolhido na Lua estão também a ajudar outras equipas de cientistas a descobrir formas de garantir a sobrevivência humana em estadias lunares prolongadas. Por exemplo, em maio deste ano, cientistas da universidade norte-americana da Flórida conseguiram cultivar plantas em solo vindo do satélite natural da Terra.

"No futuro, missões espaciais mais longas poderão usar a Lua como plataforma de lançamento ou entreposto. Faria sentido usar o solo que já lá está para cultivar plantas", afirmou Rob Ferl, um dos principais autores do estudo, salientando que falta saber tudo o que acontece a plantas crescidas no solo lunar, o que está fora de qualquer experiência evolutiva.

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