Os dados resultantes das amostras recolhidas pela sonda OSIRIS-Rex do asteroide Bennu, em outubro de 2020, têm estado a ser analisados e acabam de revelar algo surpreendente acerca do asteroide: a espaçonave poderia ter-se afundado caso não tivesse disparado seus propulsores para recuar imediatamente depois de apanhar as amostras de poeira e rocha de superfície do corpo celeste.

A hipótese de tal cenário acontece porque as partículas que compõem o exterior de Bennu estão pouco compactadas e apenas levemente ligadas umas às outras, avançam os cientistas da NASA.

Como mostra o vídeo, a espaçonave pousou no asteroide antes de causar a explosão para permitir a recolha de material. Nove segundos depois do contacto, disparou os seus propulsores de modo a empurrar-se para longe da rocha abaixo.

Se alguém pisasse a superfície do asteroide sentiria muito pouca resistência, sendo como se estivesse a entrar numa piscina de bolas de plástico, muito populares entre os mais novos, compara a agência norte-americana em comunicado.

“Se Bennu estivesse completamente compactado, isso implicaria rocha quase sólida, mas encontramos muito espaço vazio na superfície”, disse Kevin Walsh, membro da equipa científica OSIRIS-REx.

Publicadas a 7 de julho último em dois artigos nas revistas Science e Science Advances, as mais recentes descobertas sobre a superfície de Bennu aumentam o suspense sobre a sua imprevisibilidade que manteve os cientistas “agarrados ao assento” durante a missão OSIRIS-REx.

Veja as imagens do asteroide e da missão OSIRIS-REx

O asteroide surpreendeu pela primeira vez em dezembro de 2018, logo à chegada da espaçonave, que encontrou uma superfície repleta de pedregulhos em vez da “praia” lisa e arenosa que era esperada, com base nas observações de telescópios terrestres e espaciais. Os cientistas também descobriram que Bennu expelia partículas de rocha no espaço.

“As nossas expectativas sobre a superfície do asteroide estavam completamente erradas”, admite Dante Lauretta, principal investigador da OSIRIS-REx.

A última dica de que Bennu não era o que parecia veio então com a transmissão das imagens pela OSIRIS-Rex. O sucedido deixou a equipa de cientistas perplexa, dada a abundância de seixos espalhados, apesar da delicadeza com que a espaçonave bateu na superfície. Ainda mais bizarro foi a espaçonave ter deixado uma cratera de oito metros de largura.

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Refira-se que a hipótese continua a ser muito baixa, mas, a acontecer, 24 de setembro de 2182 será o dia em que Bennu terá maior probabilidade de colidir com a Terra nos próximos 300 anos.

Em 2135 o asteroide, que tem meio quilómetro de comprimento, passará perto da Terra, mais precisamente a metade da distância da Lua. Embora possa parecer assustador, o corpo celeste não chegará próximo o suficiente para representar uma verdadeira ameaça para o planeta azul. Ainda assim, a “espreitadela terrestre” poderá ter consequências para o futuro.

Existe a hipótese de a gravidade da Terra modificar a órbita do asteroide em torno do sol, colocando-o numa rota de impacto com o planeta no final do século XXII, em 2182. Refira-se que, mesmo assim, a probabilidade continua a ser “extremamente pequena”, pois supõe que a rocha gigante passe através de um “buraco de fechadura gravitacional”.

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