Durante o Mobile World Congress 2019, em Barcelona, a TCL mostrou vários formatos para dobrar os smartphones, com modelos que “fecham” com ecrã para fora ou para dentro, com diferentes dimensões. Mas todos ainda protótipos, sem data para chegar ao mercado.
“Se olhar para trás, para os últimos 8 a 10 anos, era difícil fazer inovação de produto, porque de uma forma estávamos presos a um form factor do display, e se não conseguirmos libertar-nos disso é difícil trazer novas ideias e inovação ao mercado”, explicou Stefan Streit em entrevista ao SAPO TEK durante o MWC19. “Agora temos grande espectativas e estamos confiantes de que ter tecnologia de ecrãs flexíveis e dobráveis, como tecnologia disruptiva, vai permitir criar novos formatos de produtos”, afirma o General Manager de Marketing na Europa, lembrando que “ter esta tecnologia de ecrãs 'em casa', porque fazemos o fabrico, pode ajudar-nos a criar novas propostas de valor. É aqui que vemos uma oportunidade para a TCL de trazer alguma coisa de novo para o mercado” e isso pode passar por lançar uma nova marca de telemóveis.
A TCL tem uma gama de produtos alargada, com a área de TV, produtos de eletrónica e a mobilidade, onde mantém as marcas Alcatel e BlackBerry, mas tem apostado na diferenciação e no reposicionamento em termos de preço e de oferta de valor. Por isso no ano passado avançou com a decisão de colocar os smartphones da marca Alcatel numa gama de preços abaixo dos 250 euros, e Stefan Streit garante que a estratégia está a correr bem.
“Temos de ser realistas, a Alcatel não é uma marca para essa gama de telemóveis [de topo de gama]”, afirma. “A Alcatel está a ter um bom desempenho porque tem uma proposta com posição muito clara. É uma das marcas que sobreviveram desde o início, e não há muitas que o tenham feito. Temos um mercado em crescimento, não em todo o lado mas em Portugal estamos muito contentes com os resultados, e entrámos nos EUA que é um mercado muito competitivo, e no último trimestre ficámos em número 3 nesse mercado, é um passo significativo e conseguimos em menos de 1 ano, o que mostra a capacidade e a escala do que a Alcatel consegue fazer”.
Um ou mais dobráveis no próximo ano
Stefan Streit garante que a TCL não tem pressa em trazer para o mercado um smartphone dobrável, nem quer ser a primera a fazê-lo, apesar de ter a tecnologia. “Já mostrámos que podemos fazer um foldable, temos a tecnologia, mas não temos ambição de ser os primeiros no mercado. Vemos que ainda vai demorar algum tempo a amadurecer, e o que queremos é dar uma experiência com significado aos consumidores. Não basta abrir e fechar”, assegura.
A empresa continua a trabalhar no laboratório, no hardware e no software com parceiros como a Google, e o general manager de marketing diz que acredita que “de alguma forma na primeira metade do próximo ano podemos ver os primeiros produtos comerciais”. O formato também não está decidido, nem o número de modelos, que podem ser dois ou três.
E a marca, será Alcatel ou BlackBerry? “Talvez não. Podemos trazer uma nova marca que suporte estes produtos de topo de gama, não posso revelar mais, mas pode tirar as suas conclusões de que pode haver uma oportunidade para uma nova marca da TCL”, adianta.
O preço para um produto como este é ainda uma incógnita, até porque a Samsung está a posicionar o Galaxy Fold nos 2 mil euros, tal como a Huawei com o Mate X, embora alguns analistas tenham admitido que a TCL poderá apontar para uma fasquia abaixo de 1.000 euros. Stefan Streit não se quer comprometer. “É difícil de responder. Se olharmos para o que está a ser feito, com ecrã muito grande, outro por fora, e com 5G, isso torna o produto muito caro. E não devia ser assim. Mas se fizer um smartphone que pode ser fechado como concha, com 4G, é mais fácil e o custo pode ser mais baixo”.
Mais baixo, quanto? “Temos algumas ideias, mas não sabemos qual será o preço. O desafio é ir para produção de massa com os ecrãs, porque não sabemos se haverá muito desperdício na produção, com ecrãs que não atingem a qualidade. Só quando tivermos um bom desempenho na capacidade de produção o custo pode baixar, e isso é algo que acreditamos que pode acontecer nos próximos anos, porque temos a tecnologia e capacidade de desenvolvimento do nosso lado”, afirma.
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