Mais de 70% dos materiais com que o Fairphone é produzido são reciclados ou obtidos de forma ética e este é apenas um dos princípios que a marca utiliza para se diferenciar num mercado de smartphones onde se multiplicam produtos e empresas à procura de espaço num cenário que é dominado pela Samsung e a Apple. Desde que foi criada em 2013 a empresa já colocou no mercado vários modelos, todos com foco na ética e sustentabilidade, e o Fairphone 5, que anunciou na IFA 2023, é o mais atualizado.
Sem grandes alterações no design, as especificações estão ao nível de um smartphone de gama média, ou média baixa. O Fairphone 5 tem um ecrã OLED de 6,46 polegadas com 800 nits de brilho máximo, uma taxa de refrescamento de 90 Hz e Gorilla Glass 5. A plataforma é a Qualcomm QCM 6490, já antiga, com o processador Adreno 642L a 812MHz e pode contar com 8HB de RAM e 256 GB de armazenamento interno, que pode alargar a 2 TB com microSD.
Já suporta 5G, tem dual SIM e uma bateria de 4.200 mAh com carregamento a 30W. As câmaras foram também atualizadas para um sistema duplo com uma câmara principal de 50 MP, Sony IMX 800, com estabilização óptica, e uma Ultra Wide também de 50 MP com autofocus.
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O sistema operativo é o Android 13 e aqui está uma das novidades: para alargar a longevidade do smartphone a Fairphone promete atualizações até 2031, o que corresponder a 8 anos, somando esta oferta à garantia de 5 anos. Numa altura em que algumas marcas estão a alargar a atualização de 3 para 5 anos a Fairphone fica à frente da lista de “maior longevidade”, mesmo quando é legítimo perguntar se há alguém que está interessado em usar o mesmo equipamento durante tanto tempo.
Na IFA 2023 a Fairphone tinha presença em vários pontos da exposição, incluindo na área de sustentabilidade, onde o fundador da empresa, Bas van Abel, foi orador numa conferência no sábado, dia 2 de setembro, defendendo a sua visão de um mercado mais sustentável, em que a troca de smartphone não tem acontecer a cada 2 ou 3 anos e em que os próprios utilizadores podem substituir os componentes.
Veja o vídeo de como desmontar o Fairphone 5
A verdade é que esta lógica de sustentabilidade tem atrasado a adoção de novas tecnologias mas consegue manter a empresa no radar dos consumidores para quem as opções éticas e sustentáveis são relevantes.
O Fairphone 5 tem 10 componentes que podem ser mudados pelo utilizador e nem é preciso ter grandes conhecimento técnicos, basta saber desaparafusar os parafusos e ligar os componentes que não estão colados nem soldados. Os valores para os módulos variam entre os 20 euros para substituir a porta USB-C e os 100 euros para mudar o ecrã, passando pelos 40 euros para a bateria.
No conjunto o Fairphone é um equipamento que parece equilibrado, pelo menos na curta experiência que tivemos com o smartphone na IFA 2023, com um aspecto menos “polido” do que a maioria dos equipamentos da mesma gama de preço mas com o “selo” de ecológico que pode agradar a muitos utilizadores.
O Fairphone 5 já pode ser encomendado e custa 699 euros, sem acessórios. As entregas começam a 14 de setembro mas a estimativa já avançou para 20 a 25 deste mês, dependendo da cor escolhida, e está disponível em preto, azul e na edição transparente.
O SAPO TEK está a acompanhar todas as novidades da IFA 2023, que decorre em Berlim entre os dias 1 a 5 de setembro. Acompanhe tudo através do Especial IFA 2023.
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