Atualização: A Bloomberg, tinha avançado há minutos mas agora a GSMA confirma oficialmente que vai cancelar o Mobile World Congress deste ano. O CEO da organização, John Hoffman, afirma que o surto do Coronavírus impossibilitou a realização do evento e que o cancelamento é a opção mais segura.
"Com o devido respeito ao ambiente seguro e saudável de Barcelona e do país anfitrião a GSMA cancelou o MWC Barcelona 2020 porque a preocupação global com o surto de coronavírus, a preocupação com viagens e outras circunstâncias, impossibilita a realização do evento", refere o CEO num comunicado escrito.
O MWC 2020 estava marcado para os dias 24 a 27 de fevereiro na cidade de Barcelona, onde a feira se realiza desde 2006. O evento reúne mais de 100 mil visitantes e é um dos maiores certamente tecnológicos do mundo.
Ainda esta tarde a imprensa espanhola afirmava que a organização teria decidido continuar os planos para a realização do MWC 2020. A questão das desistências terá mesmo pesado nas contas da organização e a ausência da Ericsson, que ocupa uma área enorme no evento, e é uma das protagonistas do 5G, tem motivado outras empresas a desistir. A Nokia, o Facebook, a Cisco e a AT&T estão entre as últimas de uma longa lista de cancelamentos.
De acordo com o último balanço da Comissão Nacional de Saúde chinesa, já existem mais de 44 mil casos confirmados com o novo coronavírus é de 44.653 e o número de mortos na China já ultrapassa as 1.100 pessoas, tendo vindo a crescer nos últimos dias.
Francisco Jerónimo, vice presidente da IDC para a área de mobilidade, explica ao SAPO TEK que a consultora já tinha decidido não estar presente este ano com o acumular de preocupações por causa do Coronavírus. "Alguns fabricantes estavam a dizer-nos que lhes ficava mais barato cancelarem a presença, uma vez que os clientes e parceiros estavam a cancelar. A possibilidade de negócio estava a reduzir-se e os empregados e famílias estavam a mostrar muito desconforto", afirma.
O efeito dominó foi colocando pressão na organização do MWC para que houvesse cancelamento oficial, até porque só desta forma as empresas poderiam conseguir reembolso ou eventualmente recuperar parte do custo com s reservas para o próximo ano.
Muitas empresas investem com muitos meses de antecedência na reserva das viagens e hotéis que nesta altura já estão sobrelotados em Barcelona e chegam a atingir preços astronómicos de mais de 500 euros por dia nas reservas de última hora, em hotéis habitualmente de baixo custo. Isto sem considerar o custo do "chão de feira", montagem e preparação dos stands e toda a logística envolvida.
História anterior: A GSMA, entidade organizadora do Mobile World Congress, tem estado em alerta sob pressão das desistências das grandes fabricantes tecnológicas e havia prometido a realização de uma reunião de emergência até sexta-feira para tomar uma posição sobre o eventual cancelamento do certame.
Segundo avançava esta tarde a imprensa espanhola, os planos iam mesmo manter-se, e se dependesse da GSMA, o MWC ia mesmo realizar-se no final de fevereiro. Posição essa que não chegou a ser comunicada no website oficial da organização. Em declarações ao El Pais, o porta-voz da organização referia que "a situação do Coronavírus muda rapidamente" e que continuavam a analisar a sua evolução de perto. Como medidas, mantinha reuniões regulares com os especialistas de saúde, tanto espanhóis como internacionais, assim como os seus parceiros tecnológicos para garantir a segurança dos seus visitantes.
A posição de "insegurança" da GSMA baseou-se na posição defendida pelas autoridades e membros do governo da Catalunha que chutaram para a organização a responsabilidade da realização do evento. Mais descansada ficou quando a secretária da Saúde Pública da Catalunha, Joan Guix, referiu em entrevista que não existiam motivos de saúde para suspender a feira.
Anteriormente, em entrevista ao canal TV3, Alba Vergés, conselheira de saúde regional catalã, afirmou que a região está “mais preparada do que nunca”, indicando às empresas que tinham receio de participar na feira tecnológica que não existiam motivos para ter medo.
O jornal referia que algumas fontes do sector referiam que a GSMA estava entre a espada e a parede no assunto do cancelamento da feira. Por um lado, se cancelasse, poderia ter que pagar compensações monetárias milionárias, no caso de não haver nenhuma declaração de alerta de saúde a nível nacional. Em causa estava o investimento que as empresas fazem para a sua participação, incluindo o aluguer de stands para as reuniões com parceiros e clientes, gastos em hotéis e restaurantes. Do outro lado, sentia-se que o certame estava a morrer devido à própria desistência de alguns dos maiores players da indústria.
Algumas das empresas poderiam mesmo estar à espera que a GSMA assumisse uma redução nos preços das taxas de participação, de forma a recuperarem parte do seu investimento feito no MWC.
A Nokia, o Facebook, a Cisco e a AT&T foram as mais recentes gigantes tecnológicas a cancelar a sua participação na edição deste ano do Mobile World Congress devido a receios de contágio com o Coronavírus. As quatro empresas juntam-se ao número de “desistências” confirmadas nos últimos dias, as quais incluem a LG, a Ericsson, a Nvidia, a Amazon e a Sony, a Intel, a Vivo e a NTT DoCoMo. Ao todo, são já 35 as empresas que anunciaram que não iriam participar na feira tecnológica em Barcelona.
As preocupações com a segurança e o bem-estar de colaboradores, parceiros e clientes são a justificação apresentada pelas quatro empresas tecnológicas em comunicados à imprensa internacional. “Embora estejamos extremamente desapontados com o facto de não podermos participar no evento como tínhamos planeado, acreditamos que esta é a decisão mais correta dadas as circunstâncias”, indicou uma porta-voz da Cisco. No seu website, a Nokia indicava que tomou uma abordagem semelhante à da Sony, uma vez que tem planeadas uma série de transmissões ao vivo para dar a conhecer ao público os lançamentos que tinha previsto para o MWC2020.
As preocupações com o surto de Coronavírus levaram também empresas como a Samsung a reduzir a sua presença na feira e tecnológicas como a ZTE e a TCL a cancelar as conferências de imprensa que tinham previstas no MWC 2020. Até à comunicação oficial, as três fabricantes mantinham a sua decisão de expor e participar no evento organizado pela GSMA, assim como a Huawei e a Xiaomi.
A GSMA tinha planos para colocar em prática mais precauções além do conjunto de medidas de prevenção anteriormente anunciado. A entrada de participantes vindos da província de Hubei no evento não seria permitida, sendo que esta decisão teria impacto no que toca à participação de empresas como a Lenovo, a Xiaomi, a Siemens ou a Schneider Electric, as quais têm representação na região chinesa. A GSMA também indicou que todos os indivíduos que estiveram na China teriam de apresentar provas de como saíram do país, pelo menos, 14 dias antes do evento.
Nota de redação: Foi atualizada a notícia com a informação oficial de que a GSMA cancelou o evento. Como a situação estava a evoluir rapidamente optámos por ir atualizando a mesma notícia, garantindo maior cobertura do tema. Nova atualização com declarações às 20h29.
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