A Walt Disney Company está a ser acusada em tribunal de violar as leis de proteção de privacidade. A ação judicial, movida no estado norte-americano da Califórnia, é fundamentada por, ao que parece, a empresa recolher e vender informação pessoal de crianças através de 42 aplicações de jogos, sem o necessário consentimento dos pais.
Além da Disney, outras três empresas - Upsight, Unity e Kochava - são também alvo desta ação judicial por terem desenvolvido as aplicações em causa. A indicação é de que os jogos contêm software de tracking e de recolha de informação pessoal e de comportamentos online.
Amanda Rushing, a mulher responsável por iniciar o processo, diz que não sabia "que estavam a recolher informações sobre o comportamento da minha criança enquanto ela jogava Disney Princess Palace Pets, e que a informação era, depois, vendida a terceiros com fins publicitários".
A acusação de que a Disney está a ser alvo é a de violar o Ato de Proteção da Privacidade das Crianças Online (Children’s Online Privacy Protection Act - COPPA), aprovado em 1999 pelo Congresso a fim de proteger as crianças abaixo dos 13 anos quando estivessem ligadas à grande rede. Este diploma requer que os pais tenham conhecimento quanto à recolha de informação de crianças com menos de 13 anos antes de esta ser efetuada. A COPPA sofreu alterações em 2003 e passou a incluir a geolocalização e os endereços IP nos dados que não podem ser recolhidos sem autorização prévia.
São 42 aplicações que estão em causa, todas ligadas à Disney, que respondeu ao processo dizendo que tem um programa robusto no que diz respeito à COPPA, mantendo "uma recolha muito restrita de dados e do tipo de uso nas aplicações da Disney que são criadas para famílias e crianças".
Acreditando que a queixa se baseia num mau entendimento dos princípios da COPPA, a empresa acrescenta estar "desejosa" de provar a sua inocência em tribunal.
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