Apesar das medidas de segurança tomadas pela Google e pela Apple nas suas lojas digitais há certas aplicações maliciosas ou fraudulentas que conseguem contornar as regras. Através de uma recente investigação, os investigadores da Avast conseguiram descobrir um total de 204 apps que se enquadravam na categoria de fleeceware.

De acordo com a empresa de cibersegurança, as aplicações presentes na Play Store e na App Store contavam com milhares de milhões de instalações. Com base em estimativas da consultora Sensor Tower, estima-se que as suas receitas totais superem os 400 milhões de dólares.

Os investigadores explicam que entre o conjunto estavam aplicações que se apresentavam como editores de imagem, filtros para câmaras, leitores de ficheiros PDF, scanners de códigos QR. Em destaque estavam também propostas de caráter mais duvidoso, como apps que adivinham o futuro dos utilizadores ou leem a sina na palma da sua mão.

Ao que tudo indica, a estratégia dos criadores deste tipo de aplicação parece ser apelar a um público mais novo, recorrendo, por exemplo, a anúncios cativantes nas redes sociais. Na maioria dos casos, quando os pais dos jovens notam que algo está errado e que começam a surgir uma série de pagamentos suspeitos, as aplicações já conseguiram recolher avultadas somas.

Clique nas imagens para conhecer as aplicações descobertas pelos investigadores

Recorde-se que as apps de fleeceware abusam do modelo de subscrição e costumam aproveitar-se dos utilizadores que não estão familiarizados, levando-os a pagar excessivamente, mesmo quando decidem desinstala-las.

A maioria das aplicações identificadas pelos investigadores da Avast chamava a atenção através de períodos gratuitos de experimentação. No entanto, os seus criadores não mencionavam que, assim que o período grátis terminasse, os utilizadores seriam obrigados a pagar uma assinatura.

Embora a maioria tivesse um custo que ia dos 4 aos 12 dólares por semana, em alguns dos casos mais flagrantes, o valor da assinatura atingia os 66 dólares. Os especialistas notam também que há uma tendência preocupante: aplicações que outrora requeriam apenas um pagamento estão a converter-se à “moda” do fleeceware.

Reverter todo o processo e tentar com que o dinheiro gasto seja devolvido é uma tarefa complicada. A partir de um determinado período após a instalação, tanto a Google como a Apple deixam de ser responsáveis pelo processo de reembolso e redirecionam os utilizadores para os developers da aplicação.

As críticas recolhidas pelos investigadores evidenciam que os developers podem simplesmente ignorar os pedidos feitos, ou então argumentar que o utilizador se devia ter informado melhor e recursar-se a devolver o dinheiro.

O que fazer para evitar cair na “armadilha” do fleeceware?

À medida que os modelos de subscrição se tornam mais prevalentes nas lojas digitais da Apple e da Google, os investigadores da Avast deixam algumas recomendações para os utilizadores não serem roubados por aplicações fraudulentas.

Os especialistas recomendam prestar particular atenção às aplicações que contam com períodos de experimentação gratuitos que durem menos de uma semana. Os utilizadores devem ler cuidadosamente todas as informações disponíveis sobre a app na loja digital onde se encontra, sem descurar a secção de “compras in-app” e de críticas.

Os anúncios com promessas demasiado boas para serem verdade são motivo para desconfiar. Aproveite para falar com os membros da sua família acerca dos perigos que as apps de fleeceware, em especial, com os mais novos ou com quem ainda não está familiarizado com as novas tecnologias.

Muitas aplicações de fleeceware imitam o comportamento de soluções tecnológicas legítimas. Por isso, se tem alguma suspeita, o melhor é mesmo fazer uma pesquisa online antes de qualquer instalação.

Além disso, deve assegurar-se que usa métodos de pagamento seguros e necessitem de verificação antes de efetuar uma compra. A medida evita também que os mais novos tentem comprar aplicações sem o seu conhecimento.

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