Os últimos meses têm revelado aquilo que parece ser uma nova tendência nas lojas de aplicações e em concreto na App Store, da Apple. O volume de downloads de novas aplicações está a cair e as apps tradicionalmente mais populares parecem estar a perder o charme e a capacidade para atrair novos utilizadores.

Uma análise do Techcrunch, que tem por base dados da Appfigures relativos ao mercado dos Estados Unidos e à loja de apps do iPhone, mostra que o índice da empresa de estudos de mercado para o nível de downloads era no final do verão do ano passado de 91.87, um pouco menos que em 2018, mas com uma variação pouco significativa.

No final de agosto último, o valor do índice caiu para 83.59, menos 9% que no início de 2018. O gráfico que ilustra os dados revela uma queda continuada deste indicador, com exceção do período do final/início de ano, em que muitos utilizadores têm novos equipamentos e aproveitam para descarregar novas apps. Em abril deste ano, o índice voltou a cair significativamente, para 64.50.

O Mobile Market Index da Appfigures mede downloads e receitas das 25 apps mais descarregadas em diferentes categorias em cada país e depois compara esses dados com os números referentes a janeiro de 2018.

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O que também se verifica nos indicadores relativos aos downloads é que o abrandamento do número de instalações não afeta na mesma proporção todas as categorias de ações. O download das apps de desporto (com conteúdos em streaming), ou da área da saúde, continuam a ganhar popularidade. Também a crescer, mas menos, estão os downloads de aplicações nas áreas da educação, compras, viagens ou produtividade.

No sentido inverso vão os downloads de aplicações de noticias, jogos ou entretenimento, categorias onde as novas instalações diminuíram a dois dígitos, segundo a empresa, devido a alguma saturação da oferta.

“Acredito que a principal razão, é que as principais aplicações estão aos poucos a perder atratividade, à medida que novas opções aparecem”, sublinhou Ariel Michaeli, CEO da Appfigures.

As informações recolhidas pela Appfigures evidenciam também aquilo que outros dados nos últimos meses já vinham mostrando. Os lugares cimeiros dos tops de apps passaram a ser também ocupados por aplicações como o TikTok, a Temu ou a Shein, de empresas chinesas. Apps como o Facebook continuam a crescer no número de download, mas a um ritmo mais lento.

Já no volume de receita associado às lojas de aplicações a tendência continua a ser de crescimento. Também nos Estados Unidos, o Mobile Revenue Index da mesma empresa de estudos de mercado apontava no ano passado para 363.13 pontos, muito acima do verificado em 2018 e em agosto deste ano. Subiu para 458.3, 36.4% acima do registado em 2018. A categoria que mais melhorou a rentabilidade foi a das apps de produtividade, que renderam mais 69,3%.