No WWDC 2020, a Apple anunciou a chegada de um reforço das funcionalidades de privacidade do iOS 14, incluindo proteções contra a monitorização feita por aplicações ou websites. Agora, a Google poderá criar uma versão alternativa da funcionalidadde para Android.

De acordo com fontes internas a que a Bloomberg teve acesso, a gigante de Mountain View está a decidir como pode limitar a recolha de dados e a monitorização feita por apps e websites no seu sistema operativo, mas de uma forma que seja menos "severa" do que a solução apresentada pela Apple.

Ao que tudo indica, a Google está a tentar equilibrar as exigências dos utilizadores, que vão ganhando cada vez mais consciência do quão importante é a sua privacidade, e as necessidades financeiras dos programadores e publicitários.

"Estamos sempre à procura de formas de trabalhar em colaboração com programadores de modo a elevar o padrão da privacidade, estimulando simultaneamente a criação de um ecossistema de apps saudável e suportado por anúncios", afirmou um porta-voz da Google.

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No desenvolvimento da funcionalidade, a Google poderá tomar uma abordagem semelhante àquela que tomou com o recém-apresentado Privacy Sandbox para o Chrome.

Segundo a Google, o Privacy Sandbox pretende eliminar os cookies de terceiros, que passam a ser substituídos “por alternativas viáveis que dão prioridade à privacidade, desenvolvido em conjunto com o ecossistema de parceiros, que irão ajudar os publishers e os anunciantes a terem sucesso enquanto se protege a privacidade das pessoas ao navegar na web”.

Para já, a alternativa para Android da ferramenta de privacidade da Apple ainda está numa fase muito inicial de desenvolvimento e a Google não decidiu quando pretende apresentá-la, ou se vai, de facto, desenvolvê-la.

Recorde-se que a nova funcionalidade de privacidade da Apple, chamada App Tracking Transparency, chegará aos utilizadores através do iOS 14.5 e iPadOS 14.5, dando-lhes a possibilidade de escolherem se as apps que instalam podem recolher os seus dados e enviá-los para terceiros para, por exemplo, fins de publicidade direcionada.

Recorde-se que os planos da Apple não agradaram ao Facebook, uma vez que poderão ter impacto nas suas receitas. Perante a situação, a rede social de Mark Zuckerberg poderá até avançar com um processo antitrust em tribunal contra a empresa da maçã.