Fechado o ano de 2020 é tempo de fazer balanços tecnológicos, e no caso dos smartphones, a pandemia de COVID-19 teve um grande impacto no que diz respeito às vendas. As medidas de emergência adotadas globalmente obrigaram ao encerramento de muitas lojas, assim como a diminuição da procura. E mesmo as cadeias de fornecimento interrompidas obrigaram a mexidas nos calendários de muitas fabricantes. A Apple, por exemplo, atrasou um mês o lançamento do seu iPhone 12 por esses motivos, e para garantir que o stock chegava para toda a procura, a fábrica da Foxconn trabalhou 24 horas por dia.
Apesar da pandemia, o mercado recebeu equipamentos inovadores, num ano marcado pelos smartphones dobráveis, enroláveis e outras formas pouco convencionais, que podem moldar as tendências no futuro. E claro, a corrida do 5G obrigou as fabricantes a blindar os seus equipamentos topo de gama com as melhores especificações, nomeadamente o aumento de RAM, armazenamento interno e claro, os modems de conetividade.
Mas foi o processador Snapdragon 865, seguido pela sua versão melhorada, o 865+, que destacou os equipamentos mais poderosos do ano, na maioria dos smartphones que foram listados mensalmente na tabela de pontuações do benchmark AnTuTu. O Kirin 9000 da Huawei revelou-se ainda mais poderoso quando foi lançado, sendo o primeiro SoC com arquitetura de 5 nn com suporte 5G. Na sua apresentação, a Huawei afirmou que o seu processador era 52% mais poderoso que o Snapdragon 865+. No entanto, pode ser um dos últimos a ser fabricado pela empresa devido às sanções instauradas pelos Estados Unidos.
Na tabela dos mais poderosos da AnTuTu ao longo dos anos, alguns modelos foram conseguindo manter-se no topo durante vários meses. Pelo menos até as fabricantes lançarem novas joias da coroa atualizadas. A versão “vitaminada” do processador, o Snapdragon 865+ destacaram numa primeira fase os smartphones para gaming, como é o caso do Asus ROG Phone 3, e o primeiro equipamento para o segmento da Lenovo, o Legion Phone Duel.
Já mais recentemente, o Huawei Mate 40 Pro+ com o processador Kirin 9000 “limpou” o registo dos seus rivais, tendo-se assumido em novembro o mais poderoso do AnTuTu. O curioso é que conseguiu-se destacar com larga vantagem, destronando o seu “irmão” Mate 40 Pro, que em outubro tinha sido considerado o mais potente.
Não podemos deixar de salientar, fora do ecossistema Android, a nova geração de equipamentos da Apple. O iPhone 12 foi lançado no mercado em quatro modelos, desde o mais acessível Mini ao poderoso Max. Mas todos a ditar a estreia da marca da maçã no 5G. Apesar de ter chegado tarde à quinta geração móvel, o iPhone 12 foi o equipamento 5G mais vendido de outubro, considerando que a versão “normal” e a Pro representaram perto de um quarto de todas as vendas dos smartphones 5G desse mês.
Veja na galeria os 10 smartphones mais poderosos do ano
Samsung S20 Ultra
Quando foi lançado em abril, já a pandemia tinha tomado proporções preocupantes, obrigando a um isolamento devido ao estado de emergência. Mas ainda assim, a Samsung manteve o plano de lançamento do Samsung S20, assumindo-se como um dos mais poderosos do ano, sobretudo os modelos mais apetrechados, como o S20+ e o Ultra. No caso do Ultra sobressai-se a câmara fotográfica com um sensor de 108 MP, sendo as principais características semelhantes aos modelos inferiores. Ecrã AMOLED de 120 Hz, um processador Exynos 990 octacore de 7 nm e 8 GB de RAM completam as suas características técnicas.
Samsung Note 20 Ultra
A gama Note 20 da Samsung foram desenhados para, cada vez mais, substituir os computadores pessoais dos utilizadores. Ecrãs generosos, processadores potentes, capacidade de fotografia e vídeo avançadas são alguns dos pontos de destaque da série Note 20, oferecendo diversas ferramentas de produtividade graças à sua S Pen, mas também pisca o olho ao gaming, sobretudo através do xCloud da Microsoft. A versão Ultra tem diversas características do S20+ Ultra, nomeadamente o ecrã AMOLED de 120 Hz, 12 GB de RAM e uma bateria de 4.500 mAh com suporte a carregamento rápido, neste caso igualmente via wireless.
Xiaomi Mi 10 Ultra
A joia da coroa da Xiaomi foi desenhada para comemorar o 10º aniversário da fabricante chinesa, com todos os mimos tecnológicos possíveis. Se considerarmos que o Mi 10 Pro foi uma presença constante ao longo do ano nas tabelas dos melhores da AnTuTu, a sua versão Ultra chegou a “arrumar” o rival Huawei P40 Pro na lista das melhores câmaras fotográficas da DxoMark. Tem um processador Snapdragon 865 da Qualcomm e um conjunto de quatro câmaras na traseira, com um sensor principal de 48 MP e estabilização OIS. E a Xiaomi já tem o seu substituto acabado de ser revelado, o Mi 11 que será lançado ainda esta semana na China.
iPhone 12 Max
Para além de partilhar o modem 5G, todos os equipamentos da família iPhone 12 contam também com o novo processador Apple A14 Bionic. Mas a versão Max é a mais bem apetrechada e poderosa, ao oferecer 256 GB de armazenamento interno. Tem um ecrã de 6,7 polegadas e um conjunto de três câmaras e o sensor LiDAR, capaz de detetar objetos e fazer modelos tridimensionais do que captura, o que será ideal para apps e jogos de realidade aumentada, por exemplo. O modelo é capaz de gravar em Dolby Vision HDR, a uma resolução de 4K a 60 FPS, permitindo tratar da edição de vídeo no próprio equipamento.
Vivo iQOO 5 Pro
O iQOO 5 Pro da Vivo chegou a ser o mais poderoso smartphone de setembro, destronando o Mi 10 Ultra da Xiaomi, mas a versão standard esteve de forma consistente durante praticamente todo o ano. O modelo tem 12 GB de RAM e 256 GB de memória interna, sendo alimentado pelo Snapdragon 865. Tem um ecrã AMOLED de 6,56 polegadas e suporte a 5G.
Asus ROG Phone 3
O mais recente smartphone para gaming da Asus foi um dos primeiros a estrear o novo processador Snapdragon 865+. E desde que se estrou em agosto, mês que liderou a lista dos mais poderosos do AnTuTu, que ainda se mantém no Top 10. Esta besta apresenta 16 GB de RAM LPDDR5, um ecrã AMOLED de 6,59 polegadas com uma taxa de refrescamento de 144 Hz. A bateria é de 6.000 mAh e tem suporte a carregamento rápido de 30 W.
Lenovo Legion Phone Duel
A estreia da Lenovo na gama de smartphones para gaming também levou a marca à “estravagância” de componentes. Para além do processador Snapdragon 865+, o smartphone conta com até 16 GB de RAM LPDDR5 e armazenamento interno de 512 GB USF 3.1. Aposta na conectividade 5G e Wi-fi 6, mas na opinião da fabricante, o interior do equipamento tem de estar sempre refrescado. Por isso, otimizou o espaço em prol da refrigeração, suportado pela tecnologia Legion Coldfront 2.0. O smartphone tem um ecrã AMOLED de 6,65 polegadas, com resoluções até 2340x1080, e uma taxa de atualização de 144 Hz.
OnePlus 8 Pro/8T
A OnePlus 8 Pro, também conhecido como “flagship killer” foi presença habitual nas tabelas de benchmarking da AnTuTu, figurando mesmo em segundo lugar em agosto. A marca ainda lançou em outubro uma versão melhorada, o OnePlus 8T, com um ecrã OLED de 6,55 polegadas e uma taxa de atualização de 120 Hz e uma sensibilidade háptica de 240 Hz.
Huawei Mate 40 Pro+
O mais recente Mate 40 Pro+ é atualmente o líder incontestável dos mais poderosos de novembro da AnTuTu e é provavelmente que se mantenha por lá nos próximos tempos, porque a sua liderança pontual não deixa grandes manobras aos rivais, tendo Destronado o seu “irmão” Mate 40 Pro, que em outubro tinha sido considerado o mais potente. O smartphone é alimentado por um SoC de 5 nm, o Kirin 9000 5G. O sistema de quatro câmaras é liderado por um sensor de 50 MP, colocando a família Mate 40 no topo da cadeia da DXoMark como o mais poderoso na área da fotografia, com recordes batidos.
Oppo Find X2 Pro
O Oppo Find X2 Pro foi considerado o mais poderoso smartphone do primeiro semestre do ano, naquele que foi dominado pela SoC Snapdragon 865. Lançado em março de 2020, segundo a AnTuTu, o equipamento misturou três elementos que o destacaram: o referido processador, a memória LPDDR5 e UFS 3.0. Refere ainda que o equipamento beneficiou de alguns ajustes de software e o seu ecrã com uma taxa de refrescamento de 120 Hz ajudou a melhorar o seu desempenho.
Este artigo faz parte do Dossier O melhor e o pior de 2020. E as expectativas para 2021. Leia aqui todas as análises e artigos deste especial
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