Com um ecrã maior ou mais pequeno, com processadores poderosos e tecnologias inovadoras, os smartphones convencionais têm um formato bastante semelhante. Quando a Apple lançou o iPhone em 2007 deu-se uma transformação na indústria, focando-se nos smartphones com áreas totais de ecrã, eliminação de teclados físicos para táteis, num design mais simples.

Mas antes dos telemóveis inteligentes, a indústria procurava as formas ideais, oferecendo alguns equipamentos que pareciam um canivete suíço, mas que pouco tinham de telefone no seu design. E para a história ficaram alguns modelos verdadeiramente bizarros, numa espécie de “vale tudo” de funcionalidades para cativar a curiosidade dos utilizadores.

Eram tempos onde os telemóveis até podiam ser caros para os padrões da altura, mas longe das centenas de euros a pagar atualmente pelos equipamentos e dos topos de gama que ultrapassam mesmo o milhar de euros. E se agora o mercado se divide basicamente entre os modelos convencionais e os dobráveis, há duas décadas atrás procuravam-se oferecer funcionalidades além da típica capacidade de atender chamadas fora de casa ou enviar mensagens curtas de texto.

Eram câmaras de filmar, formatos de caneta digital, agendas eletrónicas ou consolas de jogos, fossem eles maiores ou mais pequenos. A Nokia dominava o mercado, antes dos smartphones Android e iPhones, e por isso, o seu catálogo era vastíssimo, muito dado a experimentações. Mas havia outras fabricantes que também “abusavam” do seu design, sobretudo os equipamentos direcionados ao mundo da moda.

Veja na galeria os smartphones mais bizarros que talvez não conheça:

1 - Nokia 7600 (2003)

É difícil de explicar o Nokia 7600 por palavras. Tem uma forma muito única, num formato pouco tradicional, em forma de lágrima, e foi criado como uma peça de moda. O seu teclado está disposto em torno do ecrã e tinha uma câmara VGA.

Numa altura em que os toques de telefone começavam a mudar para polifónicos, este modelo permitia transferir músicas em MP3 através de Bluetooth, infravermelhos ou cabo USB para a sua memória de 29 MB. E tinha capacidade de bateria para durar cerca de 12 dias em modo stand-by. Apesar de apelativo, era um pouco difícil de utilizar, pois o teclado saia dos moldes convencionais para altura do habitual numerário. Além de que a sua forma obrigava ao uso das duas máos para escrever e usar.

2 - Siemens Xelibri 6 (2003)

Este modelo da Siemens parece ter saído dos filmes Star Trek, aqueles aparelhos de comunicação onde se dizia “Bem me up Scottie”. A linha Xelibri da Siemens eram também direcionados ao mercado da moda, num formato de concha que ainda hoje assistimos com a linha Samsung Galaxy Z Flip.

E por ser promovido como um acessório de moda, o seu design superiorizava a funcionalidade e era vendido a um preço elevado. Por baixo da “maquilhagem” escondia-se um equipamento com tecnologia medíocre e funcionalidades básicas.

3 - Motorola MPx (2004)

Desde cedo que houve a necessidade de transformar o telemóvel num pequeno computador de bolso. A Nokia teve o seu Navegator e a Motorola o MPx, equipamentos com uma dobradiça a separar o teclado QWERTY do seu ecrã, num formato semelhante a um PC portátil. Este modelo da Motorola foi vendido como um smartphone para profissionais em movimento.

Além do seu generoso ecrã, para a altura, de 2,8 polegadas, este era a cores e suportava o sistema operativo Windows Mobile. Utilizava ainda uma pen para interagir com o seu ecrã tátil. Mas para conseguir tudo isto, quando fechava parecia um autêntico tijolo, onde o ecrã encaixava no teclado de forma compacta. Tinha uma forma bizarra para telemóvel, mas como gadget era bastante apelativo.

4 - Sierra Wireless Voq (2004)

O Sierra Wireless Voq é mais um modelo que seguia a tendência de transformação do telemóvel num computador portátil para profissionais, ou seja, um PDA. A sua forma estranha deveu-se à segunda camada de teclado que abria para o lado, dando lugar um teclado funcional QWERTY para escrever com as duas mãos. Quando fechado o telemóvel não era muito diferente dos modelos convencionais da época.

5 - Nokia 7280 (2004)

Se pegasse atualmente num Nokia 7280, sem o conhecer na sua época, certamente que não diria tratar-se de um telemóvel. Este formato em lipstick bem poderia ser utilizado nos filmes de espionagem para captar fotografias de documentos secretos, mas neste caso nem câmara tinha.

De notar que apesar da sua forma bizarra para um telemóvel, o equipamento ganhou prémios de design, sendo mesmo mais um equipamento direcionado ao mercado da moda. Muitos artistas musicais gravaram videoclips utilizando este modelo, pelo seu design apelativo.

6 - Haier P7 Pen Phone (2004)

Este modelo misturava o formato de uma caneta com um telemóvel, mas tudo parece ser compacto no equipamento. Escrever era um pesadelo pelas dimensões reduzidas das teclas e o seu ecrã também não ajudava à leitura. Mas tinha várias vantagens, tais como colocar no bolso da camisa como uma caneta e até utilizar a sua câmara embutida. Mais uma vez, um gadget ideal para um agente secreto. Mas a sua bateria era bastante limitada, permitindo três horas de conversação.

7 - Bang and Olufsen Serenata (2007)

O Serenata foi criado em parceria entre a Bang and Olufsen e a Samsung, que tinha como principal trunfo a sua capacidade de se transformar num leitor de música com uma potente coluna. Tem um design estranho, mas se olharmos para os equipamentos de alta fidelidade da Bang and Olufsen até se compreende o objetivo. Obviamente que não era nada barato, custando na altura cerca de 2 mil dólares.

Lançado em 2007, o equipamento testava também as transferências rápidas do 3G da altura de músicas. E os seus auriculares conectados por Bluetooth libertavam as mãos dos utilizadores quando não precisavam de enviar SMSs.

8 - Nokia N93 (2006)

O Nokia N93 era um verdadeiro monstro do Frankenstein, por ter diferentes funcionalidades num só. Na altura apresentava a melhor câmara fotográfica da fabricante finlandesa, ao ponto de ser vendido como uma câmara de filmar compacta.

Com a capacidade de levantar o ecrã, mostrando o teclado e interface e com a colocação da sua lento ocular na lateral, este é um modelo muito estranho de telemóvel. A Carl Zeiss contribuiu com as suas lentas, sendo o primeiro telemóvel da Nokia com uma câmara de 3.2 MP, com capacidade de gravar vídeos VGA a 640x480 a 30 FPS.

9 - Telson TWC 1150 (2004)

Se houvesse uma invasão extraterrestre no planeta, o Telson TWC 1150 seria provavelmente o gadget que iria equipar para se defender. Ou pelo menos parece ser assim nos filmes. Se atualmente os smartphones e os smartwatchs são equipamentos normalíssimos no nosso quotidiano, veja como era a fusão dos dois há 18 anos.

Este é talvez, o equipamento mais bizarro da lista. Imagine ter um telemóvel no pulso, o teclado na bracelete e ainda ter um fio estendido até ao dedo para receber as chamadas. O telemóvel tinha funcionalidades de reconhecimento de voz e capacidade de gravar áudio.

10 - Toshiba G450 (2008)

Ainda no capítulo dos telemóveis híbridos, a proposta da Toshiba surgiu num período em que os leitores de música digital começavam a ganhar força. Não é de estranhar que o telemóvel tivesse uma forma de pen drive, porque essa era realmente uma das suas funcionalidades, permitindo guardar dados via USB.

Mas era sobretudo um leitor de MP3, num conjunto compacto e facilmente transportável no bolso, pesando pouco mais de 50 gramas. Tinha 160 MB de armazenamento interno, o que para a altura dava para guardar muitas músicas. A sua bateria durava 200 horas em standby ou 140 minutos em conversação.