A Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT) divulgou os resultados provisórios do Concurso anual de Bolsas de Investigação para Doutoramento, assim como do Concurso de Projetos Exploratórios. O apoio financeiro nos dois programas ronda um total próximo dos 140 milhões de euros.

Envolvendo um investimento de cerca de 20 milhões de euros, financiado por fundos nacionais através do orçamento da FCT, o Concurso de Projetos Exploratórios apoiará 400 projetos de investigação com duração de 18 meses.

O financiamento máximo é de 50 mil euros por projeto, com um adiantamento inicial de 75%. A taxa de sucesso provisória do concurso é de 22%, com projetos distribuídos por diversos domínios científicos, destacando-se Ciências Médicas e da Saúde (22,1%) e Ciências da Engenharia e Tecnologias (17%).

Destaca-se que 55% dos investigadores principais são mulheres e 16% são estrangeiros, representando 21 nacionalidades.

Entre as inovações deste concurso, inclui-se o modelo de financiamento por montantes fixos e o uso do CV narrativo para uma avaliação mais qualitativa. Além disso, os projetos terão acesso aos supercomputadores Deucalion e MareNostrum 5 sem necessidade de avaliação científica adicional, descreve em comunicado a FCT.

Relativamente aos resultados provisórios do Concurso anual de Bolsas de Investigação para Doutoramento, de um total de 3.750 candidaturas, foram propostas para financiamento 1.500 bolsas, resultando numa taxa de aprovação de 40%.

Destacam-se 450 bolsas em ambiente não académico, refletindo uma aposta crescente na investigação em estreita colaboração com diversos setores da sociedade, evidenciada pelas 603 candidaturas nesta linha.

O investimento total previsto é de 124 milhões de euros, financiado por verbas do Orçamento do Estado e cofinanciamento comunitário.

Das bolsas aprovadas, 82% serão realizadas integralmente em instituições portuguesas, 17% de forma mista (parte em Portugal e parte no estrangeiro) e apenas 1% exclusivamente no estrangeiro.

Foram selecionados candidatos de 48 países, com destaque para brasileiros, italianos, iranianos, espanhóis e alemães. Cerca de 80% dos candidatos selecionados são portugueses, com as mulheres a representarem 56% das bolsas.

Na linha geral, 23% das bolsas são para Ciências Sociais, 21% para Ciências da Engenharia e Tecnologias, e 19% para Humanidades. Na linha específica em ambiente não académico, 45% das bolsas são para Ciências da Engenharia e Ciências Exatas, 36% para Ciências Naturais e da Vida, e 18% para Ciências Sociais e Humanidades.

A seleção dos candidatos considerou o mérito individual, do plano de trabalhos e das condições de acolhimento. O processo de avaliação envolveu 479 avaliadores distribuídos por 36 painéis, cobrindo diversas áreas científicas.