Recentemente a OutSystems, uma das empresas líderes do mercado de plataforma, especialista no desenvolvimento rápido de aplicações, estabeleceu uma parceria com a Fundação José Neves. O objetivo foi permitir a integração de vários stakeholders na organização e disponibilizar informação sobre competências, dados de qualificações e empregabilidade. Tendo como missão “transformar Portugal numa sociedade de conhecimento”, foram criadas as aplicações ISA FJN e Brighter Future.
O ISA FJN é descrito como um programa que tem como objetivo apoiar os portugueses no acesso a cursos e formações que lhes permita adquirir competências para utilizar no futuro. Seja a adquirir (upskill) ou a atualizar (reskill) das competências para melhorar a carreira profissional dos portugueses ou mesmo, saírem de uma situação de desemprego.
Respondendo ao SAPO TEK no que consiste a parceria, Carlos Oliveira, Presidente Executivo da Fundação José Neves, refere que o objetivo é oferecer a melhor experiência digital aos utilizadores das plataformas da Fundação. “A OutSystems permitiu resolver muitos dos desafios que tínhamos pela frente, reduzindo o esforço de desenvolvimento graças à reutilização e ao design visual mais rápido. A plataforma fornece ainda a escalabilidade e a segurança necessárias para duas aplicações fortemente orientadas para o cidadão, o ISA FJN e o Brighter Future”.
O programa permite ainda que os portugueses possam tomar decisões para o seu futuro académico e profissional, como base em dados e informação relevante sobre Emprego, Competências e Educação em Portugal. Questionado se as reskills e upskills proporcionadas abrangiam todas as idades e experiências profissionais dos portugueses, Ricardo Araújo, Community Director da OutSystems, referiu ao SAPO TEK que sim.
“Nos últimos anos temos assistido a diversas mudanças na sociedade portuguesa e uma dessas mudanças é a de que fomos feitos para aprender uma profissão e apenas uma”, diz Ricardo Araújo
Ricardo Araújo menciona que é frequente, quer ao longo do percurso académico, quer nos primeiros anos de profissão, que se chegue à conclusão que afinal não é aquilo que se gosta de fazer. “Por outro lado, observamos que em carreiras profissionais longas, sem uma progressão clara na carreira profissional, ou em áreas profissionais em que os salários são sistematicamente baixos, as pessoas procuram uma nova oportunidade e que para se sentirem realizadas precisam de investir em conhecimento de novas áreas”.
Cursos para novas oportunidades
Nos cursos de reskill e upskill têm acompanhado o sucesso de pessoas dos 18 aos 50 anos, vindos de diferentes profissões, como padeiros, advogados, contabilistas, professores, geógrafos, e outros graus académicos superiores, mas que procuram nestes cursos novas oportunidades para mudar de vida, para melhor.
Nesse sentido, os dois programas que a Fundação José Neves disponibiliza promovem o acesso dos portugueses à educação e a informação relevante para tomar decisões relativas às suas carreiras académicas ou profissionais. Carlos Oliveira explica que o ISA FJN é um programa de bolsas reembolsáveis baseado no modelo de acordo de partilha de rendimentos (Income Share Agreement) e tem como objetivo apoiar os portugueses no acesso aos cursos e formações para obterem competências para empregos do futuro.
Ao todo estão disponíveis 131 cursos de 26 instituições de ensino parceiras da Fundação, incluindo universidades, institutos politécnicos e diversas escolas de formação prática e intensiva. Os candidatos devem submeter a sua candidatura no website da Fundação, “depois de se inscreverem com sucesso num dos cursos elegíveis, explica Carlos Oliveira.
“O Brighter Future é a maior base portuguesa de conhecimento sobre emprego, competências e educação. É uma plataforma única no nosso país, gratuita e de acesso livre e anónimo, que transforma dados em conhecimento. Reúne e interliga indicadores, dados estatísticos e informação relevante sobre as três áreas assinaladas acima”, salienta o responsável da Fundação.
O seu portal permite comparar e relacionar informações sobre cerca de 4.000 cursos e formações, 200 profissões e mais de 200 competências relevantes, acrescenta. Os utilizadores podem ver as tendências das profissões mais representativas do mercado de trabalho, as mais procuradas, assim como as competências mais valorizadas pelas empresas e até a empregabilidade das diferentes áreas de formação.
Ricardo Araújo explica que os cursos têm seguido um modelo híbrido, sempre que possível num formato presencial, mas quando são introduzidas medidas restritivas no combate à pandemia, passam para o modo online. “É preciso compreender o contexto desta aprendizagem, requer mais do que os conhecimentos técnicos, é preciso ensinar também conhecimentos comportamentais e pessoais, e esses embora haja já alguns exemplos online, é através da experiência em pessoa, e do trabalho em sala que o conhecimento é adquirido de forma mais rápida e eficaz”.
Programação é uma das áreas em destaque
Relativamente às áreas mais procuradas, Ricardo Araújo refere que os portugueses devem apostar na aprendizagem de programação. “Certamente que vai continuar a ser uma área em crescimento e que a procura mundial por programadores é elevadíssima, no entanto, os programadores não trabalham sozinhos. Quando se fala em digitalização, fala-se sobretudo em três cenários que se focam na experiência do cliente, na automação de processos ou na modernização das aplicações existentes”. Nesse sentido, são também importantes os peritos em usabilidade, experiência do utilizador, cientistas de dados, segurança e operações, “que são profissões que nos próximos anos continuarão a ter uma procura elevada”.
Acrescenta ainda que associados à transformação digital existe a criação de novos produtos digitais associados, por norma, a um modelo de negócio por subscrição. “Estes novos produtos obrigam a uma necessidade de mais Gestores de Produto e equipas de marketing digital, não esquecendo que existe toda uma área de pós-venda e suporte onde o papel do customer success manager é fundamental”.
Esclarecendo o modelo de acordo de partilha de rendimentos do ISA FJN, Carlos Oliveira salienta-o como um programa único em Portugal. Depois da candidatura a uma bolsa reembolsável, caso seja aprovada, “a Fundação José Neves efetua o pagamento do valor da propina e o estudante só reembolsará o valor quando obtiver rendimentos acima de um valor pré-determinado para o curso em questão”.
Por outro lado, a OutSystems vai continuar a recrutar pessoas que frequentaram estes sistemas de aprendizagem, seja reskill ou upskill. “De notar que mais do que ser empresa recrutadora, no caso do reskill, depois de duas iniciativas próprias, associamo-nos à APDC e desde o primeiro dia que fazemos parte do grupo de trabalho em parceria com Governo e Institutos Politécnicos no projeto Upskill”, explica Ricardo Araújo. Este programa permite à OutSystems tornar-se mais competitiva e atrair empresas de outros países, desde a Holanda, Reino Unido, Bélgica ou Estados Unidos a operarem de Portugal para os seus países, tornando o mercado nacional mais competitivo a nível mundial.
Pergunta do Dia
Em destaque
-
Multimédia
20 anos de Halo 2 trazem mapas clássicos e a mítica Demo E3 de volta -
App do dia
Proteja a galáxia dos invasores com o Space shooter: Galaxy attack -
Site do dia
Google Earth reforça ferramenta Timelapse com imagens que remontam à Segunda Guerra Mundial -
How to TEK
Pesquisa no Google Fotos vai ficar mais fácil. É só usar linguagem “normal”
Comentários