
O mercado dos televisores continua em constante evolução. Durante décadas, era apenas um retângulo negro, enfiado num móvel ou pendurado numa parede, até que ganhasse vida quando um membro da família premia o botão do comando para a ligar.
Se a evolução mais óbvia dos televisores diz respeito à qualidade dos ecrãs: mais resolução, brilho, contrastes, detalhe, etc., as tecnologias LED e OLED evoluíram também para MiniLEDs e QLED.
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A tecnologia dos televisores evolui muito mais rapidamente do que a capacidade dos conteúdos se adaptarem às novas resoluções e definições. Veja-se por exemplo, em plena geração 4K, a piscar-se o olho ao 8K e ainda o sinal dos principais canais abertos não passam dos 1080i (interlaced), o que significa imagens com efeito esticado, onde o efeito dos quadrados de pixéis tornam a imagem horrível de assistir.
Novos televisores são mais que simples reprodutores de conteúdos
É aqui que vemos as fabricantes, mais uma vez, a terem noção dos hábitos de consumo dos utilizadores e a colocarem as mais recentes tecnologias de inteligência artificial a fazer a compensação com upscaling de imagem. Isto quer dizer que o hardware do televisor compensa a baixa resolução dos conteúdos, “esticando” as imagens para as grandes dimensões, melhorando a sua qualidade. E resulta, na grande maioria dos casos.
Por outro lado, há um novo mindset das fabricantes em tornar o televisor mais que um simples ecrã que reproduz conteúdos. No contexto das casas inteligentes, o ecrã passa a ser igualmente uma consola e o cérebro do centro de comando doméstico. É aqui que vai poder controlar os equipamentos inteligentes da casa, como os aspiradores robot, ar condicionado, campainhas ou câmaras. É aqui que vai receber as notificações de emails, da meteorologia, trânsito, entre outras informações personalizadas quando começa o dia. Há muita vida a partir do ecrã de um televisor inteligente, cada vez inteligente e funcional.
Veja as imagens
Esta é a grande aposta da Samsung para a sua linha de televisores de 2025, no qual a linha Neo QLED assume o papel de topo de gama, num televisor com resolução de 8K. A redação do TEK Notícias teve durante algumas semanas o modelo de 85 polegadas, um verdadeiro “monstro” que transforma qualquer sala de estar num cinema privado, considerando que tenha espaço para a colocar.
O ecrã gigante tem um suporte de base que parece bastante descompensado, na minha opinião. Este é colocado no centro do ecrã, fazendo com que todo o painel abane, na sensação que um toque em falso quando se limpa o pó a pode mandar ao chão. Deveria ter dois pés, um em cada extremidade, para que ficasse melhor equilibrado. E por isso, com este tamanho, a melhor solução é fixá-la diretamente numa parede.
O ecossistema SmartThings da Samsung procura unir no mesmo local todos os aparelhos inteligentes que tenha na casa, não necessariamente da marca. A fabricante salienta que tem mais de 340 parceiros de outras marcas com equipamentos compatíveis com o sistema. Numa primeira apresentação, a Samsung tinha referido que entre 2014 e 2025 somou cerca de 369 milhões de utilizadores.
Com o controlo dos equipamentos no televisor, este mostra cada lâmpada inteligente que está ligada, as aventuras do aspirador pela casa, quem tocou à campainha, permitindo realizar diversas funções sem se levantar do sofá. E claro que o ecossistema funciona fora de casa, através do telemóvel pode aceder ao televisor, abrir uma porta, se tiver o trinco eletrónico, aceder às câmaras e outras funcionalidades, como um hub inteligente.
Melhoria de som, imagem e interatividade através de inteligência artificial
As smart TVs, neste caso o modelo da Samsung, têm a vantagem de aceder a diversas aplicações para utilizar diretamente do ecrã. Nomeadamente as aplicações de streaming, como o Netflix ou Prime, mas também das operadoras, como a MEO, Vodafone e Digi (apenas a NOS ainda não tem app). Pelo nosso teste, utilizar os serviços dos canais das operadoras diretamente no televisor, a partir da respetiva app, apresentou uma melhoria significativa de imagem e som, do que direto na caixa convencional. Também pode ligar diretamente o serviço de cloud gaming da Xbox e jogar as principais novidades do Game Pass sem a necessidade de uma consola adicional, apenas emparelhando um comando no televisor.

O modelo da Samsung faz a correção de upscaling de imagem, mas também de som. O televisor tem oito colunas espalhadas na traseira calibradas pela Harman Kardon, torno do televisor, separando os graves em baixo, médios no meio e agudos no topo. Basta meter a mão atrás do televisor para ver como o aparelho distribui as vibrações do som num ambiente surround. A tecnologia OTS, um sistema de rastreamento de som, permite que haja uma sincronização com a imagem, acompanhando as cenas para maior imersão dos espectadores, num filme, série ou concerto musical, por exemplo.
Para este ano, esta linha de televisores foi atualizada com um sistema antirreflexo Glare Free. Não será assim necessário planear a área de colocação do televisor na sala, ter de fechar os estores durante o dia para assistir a um filme. Este modelo simplesmente não reflete luzes distrativas como nos televisores convencionais, mesmo que se vejam algumas sombras inevitáveis, que não interferem no visionamento. Foram precisos vários anos para as fabricantes começarem a olhar para o problema dos reflexos, algo que não desaparece com o melhor dos processadores, mas sim, tecnologia de ecrã.
De salientar que quando se fala em smart TV, pensa-se em inteligência artificial, mas a Samsung salienta as redes neurais que alimentam a aprendizagem do seu modelo. A sua capacidade de simular dados e cálculos não está dependente apenas de uma rede neural, mas até 768 redes neurais, já havia explicado a fabricante. Isso significa que quanto mais redes neurais um televisor aceder, melhor a sua performance, velocidade e capacidade de processamento de inteligência artificial. Em termos práticos, isso é usado para melhorar não apenas o som e imagem, mas também a interatividade com o utilizador. Mesmo a imagem de gaming em cloud é afetada e melhorada através da inteligência artificial do televisor.
Veja o vídeo:
Ainda sobre o ecrã, o televisor inclui a tecnologia Quantum dot, um sistema que dispensa os filtros de cor, reproduzindo tons mais naturais possíveis. O modelo é também um dos primeiros a receber certificação Pantone sobre a fidelidade das cores relativo ao real. Esta certificação é atribuída, por norma, a monitores de trabalho para profissionais ou portáteis, neste caso o televisor entra no mesmo campo.
Comando à distância com energia “infinita”?
Um dos grandes trunfos deste televisor e da gama geral da Samsung é o seu comando à distância, cada vez mais minimalista. Este é pequeno, com meia dúzia de botões essenciais, incluindo o acesso direto às plataformas de streaming Netflix, Prime, Disney+ e Samsung TV Plus (talvez devesse ter também para o Apple TV+). Tem um botão de energia, retorno, home e play. Juntam-se as setas de volume e mudança de canais e por fim um cursor circular para navegar nos menus. O botão de microfone abre portas à navegação por voz, respondendo às questões do utilizador, através do comando “Hey, Bixby”.

De notar que o comando tem a particularidade de ter uma bateria interna, carregada não apenas por USB-C, como também por energia solar ou iluminação, graças ao sensor localizado na traseira. Há ainda outro elemento que torna quase impossível o comando ficar sem energia: no seu interior tem um dínamo alimentado pelas ondas de rádio quando se utiliza o comando.
Uma das perguntas que surgem sempre é a velha questão do “e se perdemos o comando?”, ou pelo menos não se saber dele, muitas vezes esquecido entre as almofadas do sofá. O design minimalista dos televisores, composto sobretudo pelo ecrã, uma moldura praticamente inexistente e o suporte de mesa, significa também a ausência de um painel de botões. É preciso “apalpar” a área delineada com o logotipo da Samsung, no canto inferior direito para encontrar um botão.
Veja na galeria fotos do televisor
Trata-se de um botão de “emergência”, que serve para desligar o aparelho ou navegar entre os menus. Mas é muito simples de utilizar, bastando um clique para avançar nas opções e fazer pressão para selecionar. Mas está longe de dar o controlo total de um comando. O melhor é mesmo nunca perder o comando ou ter um smartphone Samsung à mão, pois a aplicação de TV é bem mais completa.
O modelo conta com todas as ligações por cabo na sua traseira, incluindo quatro entradas HDMI e duas USB-A, mas a Samsung diz que podem ser ligados vários equipamentos compatíveis por wireless, através do sistema One Connect Wireless, funcionando até 10 metros de distância.
O televisor da Samsung é um investimento a longo prazo, mais que ter um ecrã “gigante” para assistir a cinema em casa ou jogar de forma mais imersiva, este é o hub de acesso a uma casa inteligente. A capacidade de resolução 8K poderá ser atualmente um desperdício, mas é à prova de um futuro onde os serviços de streaming e de jogos comecem a explorar o formato. Claro que toda esta tecnologia tem um preço e além de obrigar a ter uma sala com uma distância de pelo menos quatro metros para visionamento eficaz, terá de ter orçamento para a sua aquisição. O modelo custa cerca de 5 mil euros.
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