Como já referimos inúmeras vezes em artigos aqui pelo SAPO TeK, é cada vez mais normal que características de smartphones topo de gama comecem a passar para os modelos que cada marca situa nos lugares mais intermédios do seu portfólio. Isto aconteceu com o reconhecimento facial, com os sensores biométricos, com os ecrãs “infinitos” e outros “argumentos”.
Assim, na busca por um smartphone de gama média, podemos (e devemos) ser mais exigentes nos tempos que correm, certo? Dentro desses níveis de exigência, não serão muitos os terminais móveis que acabaremos por selecionar para comparação, pelo menos neste patamar de valores em que se encontra o Samsung Galaxy A7 – 359 euros.
Este é um dos smartphones da marca que melhor se apresenta de um ponto de vista de relação sensação de qualidade/preço, eventualmente. Não está perto dos topos de gama da Samsung, nem sequer no ponto mais alto da gama média da marca, mas surpreende pela positiva. Principalmente quando olhamos para o design do equipamento e o “sentimos” pela primeira vez na mão.
A sensação é muito positiva, pois, não sendo demasiado metálico na constituição, acaba por ser relativamente leve para o que tem no interior – são 168 gramas distribuídos por pela típica estrutura candybar, neste caso com espessura de 7,5 mm (dimensões completas de 159,8 x 76,8 x 7,5 mm).
As laterais são em plástico e é fácil perceber que existe muito vidro em toda a estrutura traseira, o que acaba por ser propício ao acumular de “dedadas” e impressões digitais. Se usar uma capa de proteção, no entanto, este problema não se aplica de todo.
A câmara traseira não apresenta uma forma de objetiva que saia do corpo do smartphone, ficando saliente, o que é algo que prezamos usando ou não a referida capa. Em suma, em termos de design, o Samsung Galaxy A7 acaba por ser um regalo para os olhos e para as mãos, isto tendo em conta o que encontramos geralmente nesta gama média.
O sensor biométrico? Na lateral
Ainda no que toca ao design do A7, encontramos na estrutura do smartphone um botão para ligar e desligar, tal como existe em todo e qualquer smartphone, certo? Na lateral direita, perto dos botões de volume. Mas é neste elemento que está integrado o sensor de impressão digitais, algo que também vemos em alguns exemplares da coleção Xperia da Sony, por exemplo.
O funcionamento deste sensor biométrico é apurado, de certa forma, mas é igualmente notório que, talvez por não conseguir “apanhar” uma área maior de cada dedo, algumas “intenções” de desbloqueio não têm efeito imediato e pode ser necessário fazer mais do que uma tentativa.
Preferimos encontrar este sensor no botão Home ou na superfície traseira dos terminais, é um facto, mas talvez seja apenas uma questão de hábito. E até smartphones topo de gama por vezes obrigam a mais do que uma tentativa para que o sensor de impressões digitais funcione eficazmente.
A bandeja para os cartões mostra a estrutura pronta para um funcionamento dual SIM por substituição de um eventual cartão microSD de até 512 GB, esta sim uma característica que não está presente em muitos terminais neste segmento.
Tal como um Samsung Note9 com 512 GB de capacidade de armazenamento consegue perfazer 1 TB de memória interna total, também aqui o A7, com 64 GB, poderá assim alcançar uns “agradáveis” 576 GB de espaço total, tirando os “pozinhos” que são ocupados por instalações e outros ficheiros de sistema. Esta opção sacrifica, contudo, o uso de dois cartões SIM em simultâneo, caso este seja um requisito especialmente importante para o utilizador.
Igualmente positivo é vermos no A7 a tradicional ligação para o típico jack de 3,5 mm de auscultadores, por contraponto a algo bastante curioso tendo em conta a gama de preço e que não nos agrada, confessamos: a ausência de uma porta USB-C para a recarga da bateria e outras finalidades de ligação. O A7 apresenta uma ligação MicroUSB 2.0 “normal”…
Naturalmente, a principal consequência desta ausência é não existir no A7 qualquer funcionalidade de recarga rápida. Sabemos que nem todos os smartphones a rondar os 400 euros a incluem, mas, na verdade, teria sido assim tão dispendioso integrar no A7 esta funcionalidade? Pena.
Assim, a bateria de 3.300 mAh não é restabelecida em termos de energia rapidamente, mas até se porta bem no que diz respeito a manter o smartphone em funcionamento ao longo de, pelo menos, um dia e meio, em média. Nos nossos testes mais exigentes – à base de jogos, reprodução de vídeo, videochamadas via WhatsApp, emparelhamento Bluetooth e ligação Wi-Fi permanentemente ativa –, essa marca baixou um pouco.
No entanto, por outro lado, num uso mais “descontraído” e à base das normais tarefas do dia a dia, entre internet, redes sociais, telefonemas e sistemas de chat convencionais, é possível que a duração da bateria suba um pouco. Depende da intensidade com que usamos o terminal, como sempre, entre outros fatores.
Um dos pontos mais fortes…
Sim, adivinhou, é o ecrã. A Samsung é especialista na produção de tecnologias do género há décadas e nem nos seus smartphones de gama média deixa estes créditos por mãos alheias, no fundo. No caso do Galaxy A7, estamos a falar de um painel OLED que ocupa apenas 75% da parte da frente do terminal, que não apresenta as arestas curvas/arredondadas como outros modelos da marca, mas cuja moldura é ínfima.
O entalhe (também conhecido como notch) é algo que não existe, mesmo sendo uma das mais recentes “modas” nos smartphones em geral, e mesmo sob a ação de luz solar direta conseguimos ver e lidar perfeitamente com tudo o que surge neste Super AMOLED Infinite Display. É assim que a marca o designa.
São seis polegadas bem integradas no design do terminal, com uma resolução FH+ (2.220 x 1.080) e capacidade para apresentar-nos com muita qualidade jogos, vídeos e tudo o mais que normalmente temos a “passar” no ecrã do nosso smartphone diariamente. Não é uma “peça” fantástica como temos nos Samsung topo de gama, mas digamos que anda lá perto, sem dúvida.
Toca a fotografar!
E falamos de fotografar porque no capítulo do vídeo, em termos práticos, o A7 não vai acima do que nos chega via outros smartphones de gama média: cores e contraste normais em modo automático. A resolução chega ao 4K (a 30 fps, como em Full HD), mas os resultados são apenas “justos”, no fundo.
Na brincadeira com as câmaras, contudo, a “história” é outra. Em primeiro lugar, a câmara frontal de 24 MP não se “atreve” a falhar nas videochamadas do dia a dia (Full HD) e tem um sistema de flash LED ajustável. Nas selfies, há “matéria” de diversão e os resultados acompanham: um modo de focagem que simula um efeito bokeh para desfoque do fundo e outro modo que simula efeitos de iluminação de estúdio, o Pro Lighting, além de filtros e os emojis de AR da Samsung.
A câmara frontal tem ainda outro propósito no A7: o reconhecimento de rosto para desbloqueio do terminal. Como não são sensores que asseguram esta funcionalidade, se estiver escuro – na rua ou dentro de casa –, podemos contar com um desempenho medíocre. Se existir bastante luz ambiente, o nosso rosto é reconhecido num ápice, mesmo usando óculos (normais, não de sol).
No que diz respeito à câmara principal, aí sim vemos inovação na gama média, pois não existem muitos terminais a este preço a incluir um sistema de três sensores/lentes na estrutura da câmara traseira. E devemos dizer que os resultados são fantásticos nas fotos captadas na rua e durante o dia.
Mantendo ativa a funcionalidade a que a Samsung chama de Otimizador de Cena Inteligente, conseguimos fotografias com registos quase perfeitos de cor, contraste e iluminação. Mas é preciso que haja luz farta as cenas, como já indicámos.
E é fácil de perceber porquê: uma das lentes que compõe este sistema de câmara tripla é uma ultra grande-angular com 120 gaus de ângulo de captação, o que é praticamente único num terminal a este preço. É a lente associada ao sensor de 8 MP, com abertura de f/2.4, e serve essencialmente para registarmos paisagens e cenários mais “abertos”, dando também uma ajuda nas panorâmicas, por exemplo.
A lente principal, por seu turno, tem uma abertura de f/1.7 e está associada a um sensor de 24 MP. Em “equipa” com uma outra lente de 5 MP (abertura de f/2.2), torna-se possível obter aquele efeito de bokeh que desfoca o fundo dos retratos, algo que é quase “obrigatório” estar na lista de capacidades de um smartphone da gama média nos tempos que correm. Missão cumprida, aqui.
Assim, reforçamos que os resultados são muito positivos em circunstâncias de luz normais. Mas quisemos ver como o A7 se porta quando a luz escasseia e quando a iluminação é típica da “meia-luz” dentro de casa, por exemplo. É o que pode constatar em metade das imagens que compõem a galeria abaixo, em que a única iluminação presente era a que provinha das luzes de uma pequena árvore de Natal.
Os resultados também convencem, no fundo; não são registos perfeitos como os que já vimos em terminais mais caros da Samsung, mas pelo preço não podemos pedir mais. São o resultado da quantidade de luz extra que chega à lente de 24 MP, que tem uma abertura de f/1.7.
Desempenho “médio”
Como seria de esperar, o Galaxy A7 não nos traz a performance de um topo de gama, claro. Com uma combinação de componentes equilibrada e dentro da norma da média gama, temos aqui um processador Exynos 7885 com oito núcleos (dois Cortex-A73 a 2,2 GHz e seis Cortex-A53 a 1,6 GHz), chip gráfico Mali G71e 4 GB de memória RAM.
O desempenho do dia a dia é normal, como já referimos, mas surgem alguns “soluços” quando temos muitas apps abertas ao mesmo tempo e avançamos para o capítulo dos jogos que normalmente usamos para “matar” algum tempo em salas de espera. Aqui há modelos concorrentes que levam a melhor, pelo que já vimos antes.
Por falar em jogos, a componente sonora (com Dolby Atmos) é razoável apenas, à base de apenas um altifalante no topo da estrutura do smartphone (não é stereo em termos físicos). A jogar, notamos que o som fica abafado pela posição em que o terminal está, algo que encontramos em muitos modelos em todas as gamas. E é possível que tenhamos notado uma ligeira emissão de calor extra durante as tarefas mais puxadas. Com auscultadores, o desempenho de som melhora.
Voltando um pouco atrás, refira-se que a versão do Android instalada é a Oreo 8.1, sendo que aguardamos que o próximo ano traga uma atualização para a versão Pie 9.0. Em cima disso surge a esperada interface Samsung Experience UI 9.0, em que a funcionalidade Always on Display é porventura o ponto mais positivo. Muitas apps instaladas de origem são dispensáveis e só atrasam o dispositivo.
No AnTuTu v6.0, obtivemos uma pontuação geral de 120.862 (com 26.675, 35.450, 52.509 e 6.228 pontos nas vertentes GPU, UX, CPU e MEM, respetivamente). Quanto a desempenho de funcionalidades adicionais, podemos referir que o assistente pessoal Bixby pode ser um excelente em muitas situações do dia a dia caso domine o Inglês (ainda não está disponível em Português…) e que a presença de NFC pode ser um “argumento” útil para alguns utilizadores.
Forte concorrência
Como referimos no início deste artigo, é um facto que o patamar da gama média está incrivelmente preenchido com boas opções. Entre os que experimentámos recentemente lembramo-nos de vários que garantem resultados em função do preço: do Nokia 7 Plus ao BQ Aquaris X2, por exemplo, sem esquecer várias opções da Xiaomi, também, como o famoso Pocophone F1.
Contudo, talvez o modelo com que este Samsung A7 de 2018 (359 euros) anda mais “taco a taco” seja o Mate 20 Lite. Sinceramente, entre um e outro, não é fácil escolher, da mesma forma que outras marcas que não as líderes de mercado têm de momento à venda modelos neste patamar de preço e desempenho/características que podem ser opção.
O melhor conselho que podemos dar é que experimente os terminais numa loja da especialidade dentro do que lhe é permitido, ou que peça opinião entre eventuais amigos que possuam um deste smartphones.
Isto a menos que não encontre uma promoção que faça com que decida imediatamente. Com o Samsung Galaxy A7 fica bem servido no que toca a opções na gama média e, de uma forma geral, ficamos com mais uma prova que os smartphones que ocupam este patamar de preço e funcionalidades estão cada vez melhores e mais bem equipados.
Não encontramos no A7 “pormenores” como a resistência à água ou a gravação de vídeo em 4K, por exemplo, mas, dentro do segmento, é uma hipótese sólida.
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