Anunciados no fim da década passada como a next big thing, os smartwatches falharam em manter a atenção das massas. As fabricantes, no entanto, nem por isso desistem de explorar o segmento. E quando o resultado são relógios como este, nós agradecemos-lhes.
Apresentado na IFA 2016, o Gear S3 é um dos topos de gama do mercado. Com um preço a condizer ao estatuto, o equipamento destaca-se sobretudo pela duração da sua bateria, pela construção e pelo design simples e clássico. O tamanho, por outro lado, não joga a seu favor.
Mas vamos por partes.
Mostrador
Tal como em (quase) todos os equipamentos eletrónicos, o ecrã é o elemento que mais salta à vista. E, neste caso, ficamos bem servidos com o Gear S3.
O mostrador conta com um Super AMOLED de 1,3 polegadas com 360 x 360 de resolução e 278 ppi que fornece ainda uma luminosidade adequada à utilização no exterior. Mesmo em condições de luz natural forte, não houve qualquer problema em ver o que estava exibido no display. Se decidir manter o ecrã sempre ligado este vai acabar por reduzir a iluminação e aí, fora de casa, terá de o chamar à ação para poder ver o que é que ele tem para lhe mostrar.
O tamanho, de resto, revelou-se apropriado à consulta rápida de notificações e à navegação entre widgets e menús. Neste último caso, vale ainda a pena sublinhar a importância do anel giratório que enquadra o mostrador e que permite utilizar o Gear sem sequer tocarr no ecrã. Esta componente foi introduzida no S2 e embora eu seja da opinião de que funcionava melhor nessa sua primeira versão, por ser mais responsivo e mais aderente às mãos, o componente nem por isso deixa de ser um dos pormenores mais práticos do equipamento.
E não se preocupe se bater com o relógio numa parede ou na quina de uma mesa. O revestimento de vidro Gorilla Glass SR+ é, regra geral, suficiente para impedir que acumule marcas destes maus tratos. A moldura em aço inoxidável, por outro lado, poderá não ser tão resistente.
Design e Construção
As várias versões em que o Gear S3 foi lançado permitem que a marca agrade a gregos e a troianos; para os desportistas e aventureiros há a versão Frontier e para os utilizadores mais casuais, a Samsung desenvolveu o Classic. A quantidade de braceletes disponíveis permitem ainda que o relógio seja posteriormente personalizado com versões em plástico, pele, metal ou tecido.
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Para esta análise, o TeK teve acesso a um S3 Classic com braceletes de pele preta.
Mas o que salta primeiro à vista - e o que mais se sente quando colocado no pulso - é mesmo a robustez do relógio. No mostrador, o smartwatch tem 12,9 milímetros de espessura criando muito volume no pulso e, consequentemente, mais peso (59 gramas) do aquilo que é normal num smartwatch.
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O design neste modelo obedece a alguns cânones da relojoaria clássica e ao contrário das propostas de algumas empresas concorrentes, a Samsung optou por o mascarar na imagem de um relógio tradicional. Neste caso, sem ter corrido muitos riscos, pode dizer-se que o design é simples e bonito, sem deslumbrar.
O anel mecânico, mais uma vez, merece destaque, não só por ser um elemento funcional do relógio, mas também por lhe dar alguns pormenores estéticos graças às saliências que exibe na parte exterior.
Hardware, Software e Performance
Enquanto um relógio topo de gama, seria de esperar que o Gear não desiludisse em termos de performance e, tal como anunciado, não desilude. Afinal, todo o tamanho que o equipamento ganha face à sua segunda versão é exatamente para comprimir um conjunto de especificações mais capazes.
A bateria é o principal argumento que nos leva a compreender a espessura do mostrador. Com 380mAh de capacidade, a bateria do S3 pode aguentar até cinco dias com um único carregamento, sendo que uma utilização mais intensiva vai reduzir esse limite para três ou quatro dias.
No interior, o equipamento integra uma RAM de 768MB, 4GB de armazenamento interno e um processador Exynos 7270 de dois cores que nunca se debateu para concretizar qualquer tarefa. Mesmo com nove ou 10 witdgets em funcionamento permanente, nunca notámos qualquer quebra na performance de um relógio que foi sempre rápido e responsivo em atividade.
No entanto, há também que notar que o truque é provavelmente conseguido com a ajuda do Tizen, o sistema operativo made by Samsung e Linux para smartwatches. Em contrapartida, a integração deste OS torna o relógio numa plataforma menos versátil onde não existe uma compatibilidade tão flexível com aplicações desenvolvidas por terceiros. A Uber é uma das poucas. Esta é uma característica que seria fatal num smartphone, mas, num relógio, nem por isso. Tendo em conta as utilizações comuns de um smartwatch, a Samsung faz um bom trabalho em fornecer as ferramentas necessárias para a sua satisfação com apps de notícias, fitness, email, mensagens, calendário, barómetro e semelhantes.
Neste modelo, interessa também sublinhar a presença de um sensor de batimentos cardíacos, NFC, Bluetooth e Wi-Fi.
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Em suma, este é um equipamento que encaixa perfeitamente naquilo que se espera de um smartwatch topo de gama. A apresentação é mais robusta, sim, mas a Samsung compensa esse handicap com uma mão cheia de melhorias, de onde se pode destacar a resistência da bateria.
A roda mecânica é um dos factores diferenciais. Não é apenas um pormenor. A responsividade imediata e a sensação que confere à navegação no equipamento é um aspecto a ter em conta e que pode funcionar particularmente bem quando estiver a utilizar o Gear em andamento.
O mercado está em quebra, sim, mas não é por falta de soluções válidas. A prova? Está aqui.
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