Poucas horas depois do lançamento oficial do smartphone as primeiras impressões do SAPO TEK já mostravam a capacidade do novo topo de gama da Huawei para impressionar, e, ao contrário do que muitas vezes acontece com outros equipamentos, depois de várias semanas de uso intensivo o interesse e as boas impressões não esmoreceram. É por isso também que este é um dos equipamentos que tem ajudado a Huawei a fazer a sua caminhada para os lugares de topo no ranking de vendas global, sobretudo em conhecimento da marca, permitindo já ultrapassar a Apple.
Nos últimos meses o Huawei P20 Pro tem sido companheiro fiel de trabalho, mas também de momentos de lazer e de viagens várias. E já provou estar à altura dos desafios de fotógrafo de serviço, suporte de emails e contactos, despertador nos vários fusos horários, secretário atento para agenda e notificações de todos os sites e redes sociais e bloco de notas para conferências e reuniões. Entre muitas outras tarefas que confiamos atualmente aos telemóveis.
Mesmo com todas as aplicações instaladas, e os trabalhos “duros” a que foi sujeito, o smartphone continua a portar-se à altura do exigido e a revelar-se um dos melhores do mercado, com domínio especial na área da fotografia, apesar de também ter dado algumas desilusões.
Não é fácil num mercado tão dinâmico como o dos smartphones manter este nível de competências e interesse vários meses depois do lançamento, mas o certo é que o P20 Pro ainda não teve um novo concorrente na mesma classe, o que pode acontecer já hoje com o lançamento do novo Samsung Note 9, cujas características já estão a ser reveladas, incluindo o preço.
Falta saber até que ponto é que o novo Galaxy Note 9 pode desafiar o P20 Pro, sobretudo na área da fotografia, onde o sistema desenvolvido com a Leica continha a dar provas de domínio. Entre o design e as características de hardware de topo, é mesmo este o ponto forte que destaca com mais naturalidade no Huawei P20 Pro, com o seu sistema de câmara tripla que inclui um sensor RGB de 40 MP, um sensor monocromático de 20 MP e ainda um especial para telefoto com 8 MP a mostrar capacidades ainda a explorar, e que a utilização da tecnologia de inteligência artificial torna mais eficiente para quem não tem paciência (ou jeito) para adaptar as opções de captura de imagem.
Um design para impressionar
É difícil ficar indiferente ao Huawei P20 Pro, sobretudo nas cores mais arrojadas, como o Twilight ou mesmo o Midnight Blue que temos usado. Ao contrário de outros modelos mais discretos e “quadrados” como os Huawei Mate e mesmo as linhas P9 e P10, o P20 tem um brilho e uma apresentação que atrai os olhares, esteja ele em utilização na mão ou pousado sobre a mesa ou a secretária. E na verdade é quase um crime ter de esconder o telefone com uma capa, embora a racionalidade acabe por superar aqui a emoção e se torne muito mais prático ter uma camada protetora adicional, que evita que o telefone escorregue tanto e dá mais confiança para o levar para todo o lado. A opção aqui acaba por ser de o usar “ao natural” em momentos menos arriscados, vestindo um “fato de trabalho” para o dia a dia.
A Huawei conseguiu juntar o melhor dos vários mundos com um ecrã OLED de 6,1 polegadas num design mais arredondado onde se destaca a ocupação quase completa do ecrã e o recurso ao “famigerado” notch para criar espaço para a dupla câmara frontal e o LED para as selfies. Mesmo o recurso ao Full HD, em vez do QHD tem algumas vantagens em termos de consumo de energia, e na verdade não é assim tão evidente a diferença de qualidade na utilização do ecrã.
A habitual proteção do display pré-instalada que a Huawei faz questão de garantir é mais uma vez bem vinda para todos os que já passaram pela experiência traumática de deixar cair o smartphone e ver o display estilhaçar-se. Por muito cuidado que se tenha, os acidentes acabam por acontecer e todos conhecemos quem continue a trazer no bolso telefones já semi danificados, ou totalmente “esmigalhados”, e por isso a instalação de uma pelicula protetora é uma as primeiras recomendações para quem compra um smartphone que vai andar na mala e tem de passar por duras provas no dia a dia. Mas esta proteção tem um problema. Fica rapidamente baça e riscada, sobretudo nos cantos, e se não for mudada regularmente faz com que o telefone tenha um ar velho e desleixado que não merece.
O corpo do smartphone com uma estrutura metálica reforçada com um acabamento em vidro é que torna o telefone mais “brilhante” mas não deixa de ser confortável, mesmo depois de uma utilização mais intensa. Mesmo assim o desequilíbrio causado pela saliência das câmaras, colocadas à esquerda e não no centro, pode ter um efeito desastroso quando o telefone está pousado sobre uma superfície mais lisa, deslizando e escorregando. E várias vezes acabou por cair ao chão devido a isso mesmo. Mas neste caso sem danos.
Ao fim de alguns meses a utilização na praia, e com atividades mais radicais incluídas tiveram um efeito nefasto no protetor do ecrã com alguns riscos e danos, mas mantiveram impecável o resto do corpo do P20 Pro.
Em relação às opções de design do P20 Pro há que notar ainda a redução quase total da moldura, no topo e na base, com o recurso ao “buraco negro” do notch que pode ser revertido, e a dispensa dos botões hápticos na base, e transferência das tarefas para o botão de sensor de impressão digital, como já acontecia no P10. É verdade que isso deixa a traseira mais “limpa” e mais bonita, mas pessoalmente continuo a preferir o sensor de impressão digital na parte de trás do ecrã, mesmo com o “defeito” de ter mais trabalho quando está pousado na mesa.
O formato de 18,7:9 torna o P20 Pro mais longo do que os anteriores modelos, mas mais estreito, e alguns dos principais problemas que existiam com a necessidade de esticar os vídeos em algumas aplicações, como o YouTube, já foram ultrapassados. Esta é uma das diversas correções que a Huawei foi fazendo desde que lançou o smartphone e que mostram que a marca está muito atenta aos comentários dos utilizadores e à experiência de utilização, trabalhando de forma rápidas em melhorias.
Três vezes mais para melhores fotografias
Todas as fabricantes já perceberam que a qualidade da imagem é hoje em dia um elemento chave na decisão de compra de um novo smartphone, sobretudo nos topos de gama. Todos os utilizadores querem melhor qualidade de fotografia, com possibilidade de utilizar efeitos especiais e funcionalidade profissionais, lapso de tempo e câmara lenta, captar vídeo em alta definição e aplicar filtros. A partilha de imagens e vídeos nas redes sociais é a grande responsável deste interesse renovado e a Huawei tem capitalizado a parceria com a Leica para tirar mais partido da qualidade dos sensores e adicionar software que aumente a resolução, melhore a estabilização e traga efeitos de maior “profissionalização”.
Com o sistema de tripla câmara a marca foi mais longe e trouxe inovação a esta área que estava a focar-se sobretudo na captura de imagens com menos luz, na adição de sensores com mais qualidade, mas sem grandes revoluções.
O P20 Pro tem três câmaras que têm funções diferentes, mas que são usadas de forma inteligente e automaticamente para captar as melhores imagens. Com um sensor de 40 MP RGB, combinado com um monocromático de 20 MP e uma telefoto de 8 MP, o smartphone está pronto para fazer as melhores fotos com pouco mais do que um clique para quem quiser ser rápido (e preguiçoso), ou dar uma vasta gama de opções a quem quiser ser perfecionista e mais detalhado na configuração dos ISO, obturador, focagem e compensação da exposição.
Mesmo que decida deixar tudo em modo automático, a abertura de f/1.8 e o estabilizador de imagem da câmara principal fazem maravilhas e os resultados são normalmente bastante bons quando comparados com outros equipamentos, até com o Mate 10 Pro que já tinha conquistado o nosso interesse.
O modo pré-definido da captura de imagens é de 10 MP, mas a resolução é muito boa, combinando 4 pixels num só, e ajudada pela capacidade de estabilização da imagem por software. E mesmo com baixa luminosidade a performance é muito mais do que razoável para um smartphone, que mesmo assim ainda não pode ser equiparado a uma câmara reflex, como se pode ser na imagem abaixo, onde a foto da direita foi feita com o P20 Pro e a da esquerda com uma Sony RXV.
A captura de luz, e da cor, são também algumas das boas qualidades do sistema de câmaras desenhado com a Leica, mas junte a isso o zoom híbrido que ganha com a telefoto de 8 MP para aproximações até 5X com mais qualidade do que a normalmente obtida em smartphones. E a isto tudo há que juntar ainda a ajuda do sistema de inteligência artificial que a Huawei tem vindo a melhorar e que já está mais profissional no reconhecimento dos vários tipos de fotografias e adaptação das definições aos vários objetivos. Retratos, comida, flores ou animais são reconhecidos com facilidade, mas embora ache que às vezes o software tem tendência a “embelezar” demais o resultado sabemos que isso é normalmente visto como um bom resultado pela maioria dos utilizadores, que encara a super saturação como uma mostra de qualidade.
Nos autorretratos, ou selfies, o reconhecimento do rosto é também bastante eficiente e podemos ajustar o “embelezamento” necessário para um resultado final ao nível de qualidade que queremos partilhar. Estão garantidos efeitos bokeh e outros “truques” profissionais para maravilhar os amigos e família nas melhores paisagens das férias. Os 24 MP da câmara frontal parecem um bocadinho exagerados para o que é necessário, mas os resultados são bastante simpáticos, mesmo para quem não gosta muito de selfies.
Bateria e desempenho
É estranho que as características mais técnicas de capacidade de processamento, memória e bateria agora sejam relegadas para lugares secundários nas avaliações dos smartphones topo de gama, até porque continuam a ser fundamentais para que os resultados a nível da fotografia e vídeo, assim como todos os outros, sejam consistentes.
Também aqui o Huawei P20 Pro não desilude e apesar de não estar no topo das classificações dos sites de benchmark, como o Antutu, o processador Kirin 970 de 2,4 GHz consegue dar poder a este “maquinão” e gerir também o consumo de energia para esticar ao máximo a duração da bateria de 4.000 mAh. A aposta da Huawei nestes processadores parece estar para durar e isso dá bons sinais aos utilizadores, que podem contar com atualizações e “afinações” a nível de software que corrige problemas de forma mais rápida, e estica as funcionalidades.
Com uma RAM de 6 GB, 128 GB de armazenamento e o EMUI 8.1, combinado com o Android 8.1, o Huawei P20 Pro ainda não nos deixou pendurados, pelo menos até agora. Nas últimas semanas surgiu uma boa notícia adicional, com a atribuição ao P20 Pro da certificação Android Enterprise Recommended Program (AERP) com a validação para uso em contexto empresarial, o que será importante para o crescimento da marca nesta área.
E a bateria? Não a deixamos para o fim por acaso, é que quase é fácil de esquecer que é preciso ligar o smartphone à tomada. Uma carga dura pelo menos um dia e meio, com uso intensivo, e se o não abusar muito de fotos e vídeos pode durar os dois dias inteiros. E quando a bateria está a acabar não há grande stress. Ou passa para modo de ultra poupança, com as limitações associadas, ou liga à corrente e o Super Charge encarrega-se de dar o “sumo” suficiente para mais umas boas horas de utilização.
Contas feitas a toda a análise, voltamos ao que referimos logo de início neste texto: o Huawei P20 Pro provou claramente nos últimos meses que é um dos melhores smartphones do mercado e um dos que merece um lugar de destaque nos resultados de vendas, apesar do preço elevado (900 euros no lançamento) que faz com que não seja acessível a todas as carteiras. A boa notícia é que com o tempo o preço vai baixando e é possível aproveitar algumas promoções com valores a rondar os 680 euros, e as campanhas de troca da própria marca.
Se procura um equipamento Android que se distingue pelo design mas que tem um desempenho à altura, e qualidades fotográficas muito acima da média, o Huawei P20 Pro deve estar sem dúvida no topo da lista das opções a considerar.
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