Começam a chegar oficialmente a Portugal os primeiros Chromebooks, com o apoio da Google. Tratam-se de computadores mais acessíveis, direcionados sobretudo aos jovens estudantes, como apoio ao ensino, mas também próprios com ferramentas de entretenimento. Por ser alimentado pelo sistema operativo Chrome OS da Google, não só significa que os recursos de segurança da empresa tecnológica estão garantidos, como o acesso à loja digital Google Play permite aceder a uma grande quantidade de apps e jogos.
A Lenovo e a Acer são as primeiras empresas a lançar modelos de Chromebooks em Portugal, procurando cimentar a procura de computadores que se registou no último ano devido ao isolamento imposto pela pandemia, obrigando ao teletrabalho e ensino digital. E de facto, para utilizadores menos exigentes, um Chromebook pode ser uma excelente opção, sobretudo a nova geração com mais RAM e maior velocidade de processamento.
Portátil beneficia das apps e ecossistema Google
O Chromebook 314 que chegou para teste é um modelo de linhas muito simples, de cantos arredondados e relativamente leve. Parece um equipamento robusto, e com alguma resistência às quedas, o que é importante devido aos descuidos dos mais novos, além de que o equipamento poderá andar a “chocalhar” dentro de uma mochila. O modelo é todo prateado, com uma tampa e chassis de plástico resistente a simular o alumínio. Na tampa está gravado em relevo tanto o logotipo de Acer, como a marca oficial Chromebook da Google.
Quando abre o computador, que falhou o teste de abertura com uma mão, pois a base levanta toda devido à rigidez da dobradiça, encontra um ecrã de 14 polegadas com painel tátil.
Veja imagens do Chromebook na galeria:
O uso de um ecrã tátil é um dos aspetos mais preciosos de um computador para qualquer utilizador, sobretudo os mais pequenos. A interação intuitiva com os ícones e controlos, e neste caso porque o seu ecossistema é familiar ao que é encontrado nos smartphones Android. E por isso, há uma grande possibilidade de uma criança já trazer a experiência dos telemóveis quando começa a utilizar este tipo de portáteis. E todas as aplicações estão otimizadas para o toque no ecrã, seja a navegação pelos menus e até mesmo os jogos que descarrega da Play Store.
O teclado deste modelo mantém a simplicidade, com bem menos teclas aos de um portátil convencional. Obviamente que não existem atalhos do Windows ou teclas com diferentes funções, neste caso para manter a experiência minimalista para os mais jovens. O teclado em chiclete tem teclas bem grandes e espaçadas, com um toque muito agradável quando calcadas, o que permite um grande conforto a escrever. Destaque para os botões dedicados ao volume e o brilho do ecrã, assim como comutador de apps e uma de voltar atrás, tal como nos smartphones. E mesmo o cursor, está isolado no canto inferior direito do teclado, garantindo que não existem pressões sem querer nas teclas em redor.
O TouchPad é grande e ocupa um terço do chassis do computador, o que significa também que a área de descanso dos pulsos é também enorme. Isto significa uma experiência muito agradável a escrever durante maiores períodos de tempo, reduzindo os vincos na pele das arestas da base, que normalmente se fazem sentir em sessões mais prolongadas. Com o ecrã tátil disponível, deverão ser poucas as vezes que vai querer controlar o cursor no TouchPad.
Conexões e hardware
Os Chromebooks têm várias vantagens face aos computadores convencionais, porque misturam o melhor dos dois mundos entre smartphones e portáteis. A autonomia deste portátil é grande, com uma carga de 100% a mostrar no sistema uma duração de 18 horas, na sua bateria de 48 Wh. E mesmo que utilizemos aplicações, YouTube a tocar e o ecrã sempre acesso, acelerando o consumo da bateria, ainda assim terá energia para mais de um dia sem ir à corrente. Até porque as exigências de consumo estão longe das de um portátil tradicional.
E nem precisamos desligar o computador, basta fechá-lo para entrar em stand by, e abri-lo quando necessário para que “volte à vida” instantaneamente, e nem por isso consumiu mais bateria.
De notar também que a resolução máxima do ecrã é de 1366x768, que também ajuda a poupar energia. E depois, a configuração simplista do modelo parece conjugar-se para otimizar a performance energética da máquina. Conte um processador MediaTEK MT8183 de oito núcleos, e a versão de teste tinha 8 GB de RAM. Para armazenamento interno um eMMC 64 GB, permitindo o acesso rápido às aplicações e multitasking.
Quanto a conexões, conte com Bluetooth e Wi-fi e portas físicas uma entrada USB-C e um jack 3,5 para ligar auscultadores no lado esquerdo; e uma entrada USB-A no lado direito. É uma configuração muito simples, mas a máquina também está longe de ser direcionado a utilizadores exigentes. Pode ligar um comando e jogar tranquilamente, ou emparelhar periféricos sem fios, como ratos e teclados externos caso necessite. Ao testar ligar um rato este foi prontamente reconhecido, ficando funcional e o mesmo para o comando da Xbox, assumindo os controlos da personagem num dos jogos de combate.
Falta-lhe uma entrada HDMI, para o caso de querermos ligar a um monitor ou televisor para assistir a uma série, mas isso pode ser ultrapassado com um adaptador adquirido à parte, caso seja mesmo necessário.
A aplicação da câmara é simples, não se esperando uma grande qualidade de imagem, tanto ao nível de fotografia ou vídeo, mas é funcional quanto baste para fazer uma videochamada e manter-se em contacto com colegas ou amigos.
Quantidade “infindável” de aplicações na Play Store
Trabalhar com um Chromebook, neste modelo em questão, é um regresso à simplicidade, ao portátil que praticamente não aquece ao colo e não faz baralho. E que tem sempre bateria quando o abrimos. Foi desenhado para ser otimizado para as tarefas primárias, para ser económico e compatível com toda a oferta de software da Google, que é mais que muita. As apps e os jogos da loja Google Play é uma viagem de descoberta, numa experiência ampliada à que temos nos smartphones.
É preciso alguma adaptação ao Chrome OS, que se aproxima mais da experiência dos smartphones Android, do que um portátil do Windows. E todo o alinhamento de teclas reflete muito isso, pois por uma ou outra “travagem” do cérebro e estava à procura da tecla do Windows. A possibilidade de configurar o Google Assistant para ajudar nas pesquisas e aplicações. Por defeito, apenas funciona quando está ligado à corrente para poupar bateria, mas pode ativá-lo sempre.
De notar ainda a barra de navegação, na parte exterior estão as apps mais utilizadas, como o YouTube, Fotos, Gmail ou Chrome, mas a função Explore tem diversos recursos e dicas para tirar melhor proveito não só da máquina, como as aplicações e funcionalidades do Chrome OS. Infelizmente, nada disto está em português, o que seria interessante para o público mais jovem, e especialmente quando a Google finalmente introduziu os seus Chromebooks em Portugal. De salientar ainda a tecla Launcher, que ativa o motor de pesquisa e as apps instaladas no sistema, o equivalente e arrastar o ecrã de ícones do Android.
A Google já oferece um enorme pacote de aplicações de produtividade como o Docs e o Sheets, até porque recentemente a Microsoft decidiu cortar o acesso às ferramentas do Office na Play Store para o Chromebook. Mas existe uma quantidade imperdível de apps da loja digital, jogos e muito conteúdo para experimentar no portátil.
O Chromebook da Acer é uma opção muito válida para quem procura um computador portátil acessível, com um desempenho rápido para trabalhos escolares ou de produtividade, mas também para momentos de lazer, seja a assistir a uns filmes ou séries, ou jogar tudo o que está disponível na Play Store. O ecrã tátil é a sua cereja no topo do bolo, pois é como se tivéssemos um Android em ponto grande, com resposta rápida e intuitiva. A sua longa autonomia adiciona-lhe confere-lhe ainda mais valor.
O Acer Chromebook 314 chegou às lojas por 339 euros na sua versão de 4 GB (a versão testada tem 8 GB) e 64 GB de armazenamento interno.
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