A Acer tem uma linha de produtos tecnológicos verdes, denominado por Vero, que utiliza materiais recicláveis e plástico PCR (Post Consumer Recycled) na sua construção. Além de oferecer embalagens reaproveitáveis, igualmente fabricadas com materiais recicláveis. O novo Aspire Vero faz parte dessa linha, um portátil que apesar de estar conectado a produtos reciclados é um equipamento com um design premium e elegante, com um aspeto diferenciador de outras gamas da Acer.
O primeiro contacto com o portátil chama a atenção pelas suas cores, neste caso um cinzento vulcão (volcano gray). A sua cor principal é cinzento claro, mas o seu tom é esverdeado devido às “sarapintas” amarelas espalhadas pela textura rugosa tanto da tampa com no chassis. Toda a construção do portátil foi feita em plástico PCR, que se revela bastante sólido e igualmente agradável ao toque do equipamento. E se há um portátil que não permite as típicas impressões digitais espalhadas nas superfícies dos portáteis é este.
O material plástico tem diversas marcas gravadas diretamente, incluindo o logotipo da Acer, na tampa, mas também a marca do material reciclado PCR e a designação do seu processador, Intel Core. Na aba inferior da base também está cravado o modelo Aspire Vero, entre outros elementos com mensagens ecológicas na parte de baixo do computador. Além das pequenas pintas que aproximam este produto daqueles que usam materiais reciclados, o amarelo (quase florescente) está presente nos pormenores, como os quatro “pés” de suporte da base, assim como uns entalhes nas laterais das dobradiças.
Veja na galeria imagens do portátil:
A marca ainda inverteu as teclas R e E, pintando-as de amarelo, reforçando a questão da reciclagem. Não sendo um produto de elegância executiva, este portátil chama a atenção por conseguir passar de imediato a ideia ecológica que a marca pretende.
O modelo que o SAPO TEK recebeu para teste tinha um ecrã IPS de 15,6 polegadas FHD com uma resolução de 1080p. E como faz em todos os portáteis, este modelo passou no teste de abrir a tampa com uma mão.
É um modelo algo pesado, com 1,85 Kg e de grandes dimensões, mas parece bem robusto na sua construção. Tem umas molduras largas em consideração ao ecrã, sobretudo na parte superior com a webcam. Aliás, a sua base apresenta bastante espaço, com um teclado que inclui a parte numérica, ainda que um pouco “encafuada”. O mesmo para o cursor, demasiado pequeno e arrumado debaixo da tecla Shift da direita. Já a área de descanso das mãos ocupa quase metade da área da base, apresentando um generoso Trackpad, com sensor biométrico de impressões digitais no seu canto superior esquerdo.
O teu teclado retroiluminado tem bastante qualidade. As teclas são afastadas e bastante confortáveis para escrever, sobretudo o feedback das pressões nos dedos durante a utilização. Com a tampa toda aberta, a base na sua traseira fica um pouco mais levantada, com um ângulo que torna mais confortável a escrita. De notar o dissipador colocado na zona das dobradiças do portátil, com a circulação do ar a entrar na parte inferior do equipamento. No entanto, isso quer dizer também que muito ar quente é projetado na direção do ecrã e não para as laterais do equipamento. Em utilizações prolongadas vai acumular calor na zona superior do teclado e na parte de baixo do ecrã.
Quanto a ligações, o portátil apresenta do lado esquerdo duas entradas USB-A 3.0, uma USB-C, HDMI e ligação de cabo de rede. No lado direito apenas mais uma entrada USB-A e o jack 3,5 mm para ligação de auscultadores. Em termos de conetividade, o portátil suporta Wi-Fi 6 e Bluetooth 5.1.
Reciclado, mas "poderoso" por dentro
A Acer nunca escondeu que os seus produtos recicláveis não trazem o retorno semelhante a outros produtos, mas defende a sua importância para ajudar o meio-ambiente. A fabricante é mais uma das tecnológicas que assinou o compromisso de descarbonização total até 2030, focando-se na adoção de energias verdes. A oferta de produtos como a gama Vero é um exemplo de como está a demonstrar aos seus clientes e utilizadores o seu compromisso através de produtos tecnológicos, uma forma de incentivar o público em geral em adotar comportamentos igualmente amigos do ambiente.
Nesse sentido, a acompanhar as linhas agradáveis do produto, no seu interior o portátil esconde uma configuração de topo, tornando-o uma máquina versátil tanto para o trabalho e algum entretenimento. O uso do processador Intel Core 7 de 11ª geração com quatro núcleos a uma velocidade de 2,90 GHz, assente na plataforma de GPU Intel Xe Graphics, garante uma performance que certamente não deixará nenhum profissional insatisfeito. E na versão de teste contém ainda 16 GB de RAM DDR4 e um SSD PCIe NVEe de 512 GB.
O portátil apresenta uma bateria de 48 Wh, que durou entre cinco a seis horas em modo de reprodução de vídeo. Não é das mais potentes do mercado, mas a otimização geral do seu hardware, mediante a sua utilização, poderá ajudar a manter-se ligado durante quase um dia de trabalho sem “encosto” do carregador. Deverá claro, definir os planos de gestão de bateria mediante o uso que necessitar.
De considerar que este Vero mantém a tendência atual em oferecer acesso total ao interior do portátil para substituição de memórias e armazenamento interno. Isso deve-se ao uso de parafusos de estrela na sua tampa inferior.
Um dos melhores aspetos deste portátil é o seu som. As suas colunas laterais projetam o áudio da parte inferior do chassis, mas tem uma boa qualidade, sem destorcer, mesmo com o volume no máximo. Os seus agudos bem definidos e os baixos encorpados, resultaram numa agradável surpresa a ouvir música no YouTube, por exemplo. Já a imagem deixa um pouco a desejar, pela falta de definição que outros modelos OLED oferecem. Ainda assim, este projeta poucos reflexos em locais muito iluminados, podendo ser utilizado no exterior em dias mais solarengos, sem grande problema.
Este Acer aspire Vero é um equipamento com um design agradável, com um desempenho que não deixará nenhum profissional mal visto. Mas aqui vale mais a mensagem ecológica, na disponibilidade da marca em procurar soluções (não significativamente mais baratas) para diminuir a sua pegada no meio-ambiente. Tem componentes de hardware atualizados, incluindo um processador recente da Intel e bastante memória. Ainda assim, pedia-se uma bateria com mais autonomia e uma melhor imagem.
No entanto, considerando que este tipo de produtos reciclados tem um valor de produção ainda elevado para as marcas, destaque-se que o preço até é bastante interessante para o lado do consumidor, custando cerca de 800 euros.
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