Por Paulo Pinto (*)

Nos últimos anos, a tecnologia tem proporcionado avanços impressionantes. Desde sondas em Marte que escolhem autonomamente o local de aterragem até telescópios que procuram a origem do universo, a inovação tecnológica tem transformado diversas áreas, incluindo a medicina, onde algoritmos de IA ajudam na deteção precoce de doenças graves.

A transferência destas tecnologias para os mais diversos setores da nossa economia é crucial, pois são transversais a todos eles, desde a produção, logística e transportes, smart buildings, smart cities, utilities entre outros. No fundo, temos o core da nossa sociedade como um todo a funcionar  suportado em máquinas, algoritmos e automação de forma desmaterializada no ciberespaço. É, pois, crucial proteger este ecossistema digital.

O ciberespaço pode ser visto como constituído por quatro camadas distintas: Uma camada física onde existimos nós e os dispositivos que utilizamos, uma camada de conectividade onde estão todas as redes de comunicações e uma camada de computação agora muito distribuída e dispersa. Acima disto temos uma camada de interação em que aparecem as nossas redes sociais e os utilizadores a interagirem digitalmente.

Para proteger esta infraestrutura devemos, desde logo, controlar todo o tráfego que existe entre todos os elementos que constituem este ecossistema. Os agentes de ameaças têm cada vez mais soluções para orquestrar os ciberataques, principalmente com o apoio da IA. As perspetivas para 2024 sugerem que, ao suportarem-se nas crescentes funcionalidades das suas ferramentas, os adversários irão aumentar a sofisticação das suas atividades, tornando cada tática do ciclo de ataque mais eficiente.

A inteligência artificial tem um papel central na cibersegurança, reforçando a inteligência contra ameaças e permitindo aos profissionais de segurança procurar características de ciberataques, fortalecer defesas e analisar dados para autenticar utilizadores e identificar atacantes.

Neste contexto, torna-se fundamental para as organizações integrarem  soluções end-to-end de IA nos seus sistemas de cibersegurança que permitam  colocar todo o poder transformador desta tecnologia nas mãos das equipas.. Enquanto especialistas em cibersegurança temos o dever   de nos desafiar dia-a-diacombinando a nossa vasta rede de inteligência, com os benefícios da IA para aumentar a produtividade das equipas de segurança e acelerar a deteção e mitigação de ameaças.

Em particular, a IA Generativa permite orientar, simplificar e automatizar atividades de analistas de segurança, ajudá-las a tomar melhores decisões, responder rapidamente a ameaças e a economizar tempo até mesmo nas tarefas mais complexas. A IA Generativa tem o poder de tornar as equipas de segurança mais inteligentes, mais eficientes e mais produtivas. As empresas de cibersegurança, suportadas na inovação em IA e profunda experiência em ameaças, podem ajudar as organizações a melhorar as operações de negócios e a fortalecer-se contra ataques, especialmente as que se debatem com o défice de competências em matéria de cibersegurança.

A Inteligência Artificial (IA) Generativa tem um impacto transformador na prevenção de ciberataques, tornando as operações de segurança mais eficientes e eficazes. a. A sua capacidade de interpretar eventos e o seu potencial, bem como de gerar soluções inovadoras para problemas complexos, torna-a uma ferramenta indispensável na luta contra o cibercrime. A IA Generativa pode analisar grandes volumes de dados para identificar padrões e anomalias, permitindo a deteção precoce de ameaças de segurança. Além disso, pode priorizar alertas de segurança com base na sua gravidade, ajudando as equipas de segurança a concentrarem-se nas ameaças mais sérias. Assim, a IA Generativa não só ajuda a prevenir ciberataques, mas também potencia a resiliência das infraestruturas digitais perante desafios futuros.

(*) Business Development Manager da Fortinet Portugal