
Por Margarida Loureiro (*)
A educação é o motor de qualquer sociedade e, por isso, continua a ser tema de debate nacional ano após ano. No mês em que milhares de estudantes regressam às universidades, relembramos que o conhecimento, atualmente indissociável da literacia tecnológica, constitui a base sobre a qual se constroem carreiras e se formam cidadãos capazes de interagir criticamente com o mundo à sua volta.
No panorama universitário, a literacia abrange competências digitais e tecnológicas, de modo a acompanhar as rápidas transformações do mercado de trabalho. As profissões evoluem a um ritmo sem precedentes e as várias instituições de ensino superior são desafiadas a atualizar constantemente os seus programas para formar profissionais para um futuro incerto, porém cheio de oportunidades.
Para os nativos digitais, que dominam naturalmente ferramentas tecnológicas, a formação deve ir além da utilização de softwares ou aplicações. O objetivo é desenvolver pensamento crítico, criatividade, capacidade de resolução de problemas e compreensão das implicações éticas e sociais da tecnologia. Esta literacia tecnológica confere aos alunos a aptidão para atuar de forma estratégica, inovadora e responsável no contexto profissional e social em que se inserem.
Diversos exemplos internacionais demonstram que esta adaptação é possível. Universidades em cidades como Madrid têm apostado em currículos interdisciplinares e fortemente orientados para a prática, que preparam os estudantes para ambientes profissionais reais e tecnologicamente exigentes.
Um caso concreto desta integração tecnológica pode ser observado na IE University, em Madrid, que incorporou ferramentas da OpenAI em todo o seu ecossistema académico. Os estudantes têm acesso ao ChatGPT Edu, uma versão personalizada da Inteligência Artificial (IA) para fins educativos, que permite explorar a IA de forma prática e crítica. Iniciativas deste género evidenciam como as universidades podem qualificar os seus alunos com competências avançadas, capazes de lidar com um mercado cada vez mais digital e orientado por dados, para além do simples manuseio de plataformas tecnológicas.
Em Portugal, deve adotar-se uma abordagem semelhante, com investimentos em inovação pedagógica, formação contínua dos docentes e laboratórios digitais, para que o ensino superior se mantenha relevante e alinhado com as necessidades do século XXI.
A verdadeira medida do sucesso académico reside na capacidade das instituições de inspirar curiosidade e estimular os estudantes a imaginarem futuros ainda por criar. A literacia tecnológica, nesse sentido, torna-se uma ponte entre o presente e o que está por vir e abre, assim, caminhos para uma sociedade mais inventiva, conectada e preparada para os desafios do amanhã.
(*) Presidente da JUNITEC - Júnior Empresa do Instituto Superior Técnico
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