A maioria dos smartphones premium vem equipada com uma função que ajusta a temperatura de cor correlacionada (CCT, na sigla em inglês) com base na luz ambiente, explica a DXoMarkConsoante o local onde a fotografia é tirada a luminosidade varia. No interior pode variar com o tipo de lâmpada e cor, no exterior varia com a hora do dia, entre outros aspectos. A tecnologia CCT procura criar uma experiência de visualização mais natural, aproximando as temperaturas do ecrã das temperaturas de cor do ambiente.

Na prática, explica a DXoMark, a “adaptação da CCT pode ajudar a minimizar a dissonância cognitiva, um tipo de desconforto ou tensão sentida, quando alguém vê no ecrã algo que não corresponde ao que realmente vê”. Alguns fabricantes sugerem que os seus ecrãs são “semelhantes ao papel”, proporcionando uma experiência de leitura assemelhada à naturalidade do papel.

Foram analisados os modelos Apple iPhone 16 Pro Max, Honor Magic6 Pro, Xiaomi 14 Ultra, Vivo X100 Pro, Oppo Find X7 Ultra e Samsung Galaxy S24 Ultra.

Ainda há um longo caminho a trilhar para encontrar a melhor tecnologia de ajuste de cor - DXoMark
Ainda há um longo caminho a trilhar para encontrar a melhor tecnologia de ajuste de cor - DXoMark créditos: DXoMark

A funcionalidade CCT está raramente ativada por predefinição, com a exceção do True Tone no iPhone. Com a função True Tone, o ecrã do iPhone adapta-se automaticamente às condições de luz ambiente para otimizar a apresentação das cores conforme o ambiente. Já o Honor Magic6 Pro tira partido do Honor Natural Tone que ajusta automaticamente a temperatura da cor com base na iluminação ambiente para uma experiência de visualização consistente, semelhante à do papel.

Veja na galeria imagens das conclusões dos testes da DXoMark:

Embora cada fabricante afirme que a sua colorimetria está otimizada, o estudo mostrou que a experiência foi bastante diferente em cada dispositivo quando se tratou de se adaptar à iluminação ambiente. A DXoMark efetuou um conjunto variado de testes de laboratório.

A principal conclusão da análise revela que todos os smartphones tinham valores de CCT diferentes, independentemente das condições de iluminação. Ou seja, “cada equipamento tinha a sua própria resposta à luz ambiente, o que resulta em tons de cor diferentes de um para o outro, o que pode afetar a experiência do utilizador, por exemplo, ao alternar entre dispositivos diferentes”.

A DCoMark considera que os “OEM estudaram, sem dúvida, as preferências dos utilizadores relativamente à adaptação do CCT, mas as suas conclusões são muito diferentes”.

Além disso, nenhum dos dispositivos testados proporcionou uma experiência de visualização consistente com a iluminação ambiente. No entanto, há um ponto em que todos os OEM concordam: “um CCT inferior a 5000K não é agradável. Mesmo no ambiente mais quente testado, todos os smartphones mantiveram um CCT superior a 5000K”.

Ainda assim, a experiência de visualização está muito longe da experiência de leitura em papel.

A DXoMark assinala que no Samsung Galaxy S24 Ultra, embora “a renderização mude visivelmente ao ativar a funcionalidade, passando de 7000K para 6000K”, o smartphone ficou consistentemente em último em todas as condições testadas, “não mostrando sinais de adaptação à luz ambiente”, mesmo em cenários nos quais outros smartphones tentaram pelo menos algum nível de adaptação.

9º Samsung Galaxy S24 Ultra
9º Samsung Galaxy S24 Ultra

Sem surpresa, a maioria dos equipamentos não foi capaz de se adaptar a condições de iluminação extrema de 10000K, raramente encontradas na natureza ou em iluminação artificial. Quase todos os ecrãs dos smartphones demonstraram uma adaptação branco-azulada até cerca de 7500K, com exceção do ecrã do Vivo X100 Pro, que se adaptou até 9000K.

Os testes da DXomark revelam que, embora muitos smartphones premium digam ter tecnologia de adaptação à luz ambiente, ainda existe muito espaço para melhorias na forma como os equipamentos lidam com os ajustes à temperatura da cor.

“Para os utilizadores que procuram a experiência de visualização mais natural e confortável, estas diferenças na adaptação da CCT podem desempenhar um papel crucial na sua satisfação geral com um dispositivo.”

Por isso, os fabricantes terão de se concentrar mais no aperfeiçoamento destes algoritmos através de estudos sobre as preferências dos utilizadores, que podem diferir regionalmente, tal como acontece com as definições dos pontos brancos das televisões, e garantir que os seus dispositivos possam proporcionar uma experiência confortável com maior precisão em tempo real.