O espectro dos 6 GHz continua sem decisão de atribuição por Bruxelas e são diferentes grupos de interesse a pedir que a Comissão Europeia estabeleça a estratégica para as frequências que definem os avanços das redes 5G e futuramente o 6G. No início de maio foram as principais operadoras de telecomunicações a alertar para a urgência na atribuição do espectro do 6 GHz, podendo a Europa ficar para trás relativamente à China e Estados Unidos. Esta frequência já serve, aliás, as necessidades do 5G e do Wi-Fi do outro lado do oceano Atlântico.

Agora foi um grupo de 58 organizações, denominado de Dynamic Spectrum Aliance, que enviaram uma carta à Comissão Europeia exatamente a fazer o mesmo pedido, neste caso com um foco no espectro do 6 GHz aberto para as operações não limitadas do Wi-Fi. A carta foi assinada por fabricantes de equipamentos e de processadores, operadores de serviços de internet, developers de software e associações de comércio. Na carta é referido que “o poder do Wi-Fi em conjunto com o 5G, fibra, pontos de acesso fixo sem rede e tecnologia de satélite vai suportar a Década Digital da Europa”. E referem que 2030, considerado como a data limite para o objetivo está muito próximo.

Telcos europeias pedem urgência na atribuição do espectro para não haver atrasos no 6G
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Entre os benefícios do Wi-Fi utilizar o espectro de 6 GHz estão a alta velocidade, baixa latência, baixo custo e conetividade elevada para permitir inovações na indústria, tais como fábricas automatizadas, logística inteligente e IoT industrial. “Sem o espectro adicional para o Wi-Fi, as empresas europeias vão ser menos competitivas globalmente devido aos custos elevados da conetividade wireless e menos acesso a novas tecnologias”, lê-se no documento. E acrescenta que a falta de espectro vai condicionar a eficácia dos grandes investimentos que estão a ser feitos nas redes de fibra.

Os hospitais e universidades que dependem fortemente do Wi-Fi para continuar a fazer avanços no bem-estar dos pacientes ou oportunidades de treino dos estudantes. Com a falta do 6 GHz, poderá ser negado o desenvolvimento de novas aplicações no sector. Por fim, aponta que a tecnologia Wi-Fi é a melhor solução para a conetividade nos interiores, prometendo ligações à internet mais eficientes a nível de custo e de sustentabilidade.

A Dynamic Spectrum Aliance diz ainda que a Europa está a ficar para trás na adoção das novas normalizações do Wi-Fi. Com a abertura do espectro, a Europa vai poder lançar as mais recentes gerações do Wi-Fi 6E, Wi-Fi 7 e futuramente o Wi-Fi 8.