Nos primeiros seis meses de 2019 o número de utilizadores efetivos do serviço móvel de acesso à Internet cresceu 8,6% face ao período homólogo. De acordo com o relatório divulgado pela ANACOM esta quinta-feira, nesse período 75,9 em cada 100 habitantes contavam com este tipo de serviço, num total de 7,8 milhões a recorrerem à Internet móvel. Mas a realidade do serviço de telefone fixo é bem diferente.
Segundo a entidade reguladora, o crescimento da utilização de Internet móvel esteve associado ao aumento dos utilizadores de Internet no telemóvel, cujo crescimento foi de 9,8% face ao primeiro semestre de 2018, para um total de 7,27 milhões. Este valor significa que nove em cada dez consumidores de Internet móvel acederam através do telemóvel.
No que diz respeito ao tráfego, o acesso à Internet em banda larga móvel aumentou 36,1% face a igual período do ano anterior, situando-se nos 153 petaytes (PB). À semelhança, o tráfego mensal por utilizador ativo de Internet móvel aumentou 26,6% relativamente ao período homólogo, com cada utilizador de banda larga móvel a consumir em média 3,5 GB por mês.
Na sua globalidade, o serviço móvel atingiu os 170,1 acessos por 100 habitantes no final do primeiro semestre do ano, mas caso fossem apenas considerados os acessos móveis com utilização efetiva, excluindo as ligações machine-to-machine, a taxa de penetração em Portugal seria de 119,6. Por outro lado, “excluídos os acessos afetos exclusivamente a serviços de dados e acesso à Internet (cartões associados a PC/tablet/pen/router), a penetração dos serviços móveis seria de 114,4 por 100 habitantes”, esclarece a ANACOM.
Quanto ao número de acessos móveis habilitados, no final do primeiro semestre de 2019 eram 17,5 milhões, uma subida de 1,1% face ao período homólogo, e destes cerca de 70% foram efetivamente utilizados. Excluindo o número de acessos afetos a PC/tablet/pen/router, o número de acessos móveis ascendia a 11,8 milhões. De acordo com a ANACOM, a evolução verificada deve-se ao crescimento dos planos pós-pagos e híbridos de 5,1% no período de um ano para 7,1 milhões (57,9% do total), enquanto que os planos pré-pagos estão em queda, representando os restantes 42,1%.
Nos primeiros seis meses do ano, o tráfego de voz móvel aumentou 1,6% face ao primeiro semestre de 2018, em termos de minutos, com o tempo de conversação por estação móvel a ser, em média, de 202 minutos por mês, mais dois que em igual período do ano anterior. A razão principal? O tráfego off-net, que aumentou 5,3% face ao primeiro semestre de 2018.
Quanto à estrutura de mercado, a MEO continuou a ser o prestador com a quota mais elevada (42,1%) dos acessos móveis ativos com utilização efetiva, apesar da diminuição da quota de 0,6 pontos percentuais. Segue-se a Vodafone e a NOS com quotas de 30,3% e 25%. No caso da quota de subscritores de acesso à Internet em banda móvel, a quota da MEO foi de 39,3%, seguindo-se a Vodafone com 30,4% e a NOS com 28,6%, esta última a única a ver uma redução.
No caso das quotas de subscritores de acesso à Internet em banda móvel, a quota da MEO foi de 39,3%, seguindo-se a Vodafone e a NOS. Mas no que diz respeito à quota mais elevada de tráfego de Internet em banda larga é a NOS quem lidera, seguida da Vodafone e da MEO, que viram a sua quota diminiuir.
Quanto ao tráfego, o volume de minutos originado na rede fixa manteve a tendência de queda (desde o início de 2013), tendo diminuído 16,2% em relação ao primeiro semestre de 2018. A descida do tráfego está associada ao aumento da penetração dos pacotes quadruple/quintuple play (4P/5P), que incluem serviços móveis com chamadas gratuitas para todas as redes e, ainda, à crescente penetração de serviços over-the-top.
Serviço de telefone fixo, uma realidade bastante diferente
No semestre em análise, existiam 49,3 acessos telefónicos por cada 100 habitantes. Relativamente às modalidades de acesso, o relatório indica que o número de clientes do serviço telefónico fixo de acesso direto nos primeiros seis meses do ano foi de cerca de 4,1 milhões, valor 2,2% superior ao registado no semestre homólogo. O crescimento registado esteve associado à “crescente popularidade das ofertas em pacote que integram o serviço de telefone fixa”, explica a ANACOM.
Em média, por mês, por cada acesso foram consumidos 70 minutos, dos quais, 49 minutos em chamadas entre dois telefones fixos, 8 minutos em chamadas fixo-móvel e 4 minutos em chamadas internacionais. E no final do primeiro semestre do ano, a MEO foi responsável por 42,3% dos clientes, seguido da NOS e da Vodafone.
A ANACOM divulgou também informações sore os pacotes de serviços em Portugal, registando 3,95 milhões de subscritores de pacotes de serviços, o que significa um aumento de 3,8% face ao mesmo período de 2017. O crescimento verificado esteve fundamentalmente associado às ofertas quadruple/quintuple play (4P/5P), que conquistaram mais 135 mil subscritores.
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